não distinguindo entre investimentos públicos e investimentos privados. Desses elementos destaca o dito relatório que «o nível a que se situou a formação de capital fixo nos dois primeiros anos do Plano excedeu sensìvelmente as previsões», para tanto concorrendo principalmente o ritmo das realizações nos sectores das «Indústrias transformadoras» e da «Habitação». Mas no relatório ressalva-se, justamente, que

pela importância de que se reveste do ponto de vista da consecução de um processo de desenvolvimento harmónico, devem assinalar-se os resultados menos favoráveis verificados, designadamente em 1966, nos sectores da «Agricultura, silvicultura, pecuária e pesca», «Indústrias extractivas», «Construção» e «Electricidade, gás e água».

precisamente os sectores a que corresponde grande parte dos empreendimentos a levar a cabo pelo sector público, de acordo com os programas estabelecidos.

Quanto ao comportamento do consumo privado - que em 1965 teria exercido o principal efeito estimulante sobre a actividade económica nacional -, indicam os elementos do quadro I que se haveria reduzido, no ano findo, a sua taxa de acréscimo. E o relatório do projecto de proposta da Lei de Meios reconhece.

Como nos anos anteriores, a produção em 1966 foi impulsionada em larga medida pelas despesas dos consumidores em bens e serviços, que se teriam elevado, porém, mais moderadamente do que em 1965.

Convém, entretanto, anotar que, no seu parecer sobre a proposta da Lei de Meios para o ano corrente, a Câmara entendera de observar, em face da extraordinária progressão daquelas despesas, que

o valor do consumo privado é calculado por diferença, constitui uma verba residual, pelo que aí se projectarão todos os erros e omissões que eventualmente se cometerem na determinação das importâncias correspondentes às outras componentes da procura interna, nomeadamente a formação bruta de capital fixo do sector público e até mesmo a do sector privado.

De facto, parece que se deverão tomar com as maiores reservas variações a curto prazo do consumo privado tão marcadas como as calculadas para os dois últimos anos um acréscimo de 3,9 por cento em 1966, contra um outro de 6,2 por cento no ano precedente.

No domínio da oferta global, o recurso aos mercados externos, medido pelo valor das importações de bens e serviços, cresceu em 1966 muito menos acentuadamente do que em 1965, mas a sua representação relativa naquela oferta manteve-se praticamente inalterada cerca de 24 por cento. A evolução do produto interno bruto a custo de factores, também a preços constantes de 1963, por sectores de actividade, mostra-se no quadro II, a seguir.

Produto interno bruto ao custo dos factores

(Em milhões de escudos, a preços de 1963)

Como se depreende deste quadro II, o produto interno bruto ao custo dos factores alimentou em 1966 cerca de 3 por cento, quando no ano precedente se elevara de 7 por cento em consequência, sobretudo, da recuperação no sector agro-pecuário e da progressão no conjunto das indústrias transformadoras.

Para esta quebra na taxa de acréscimo do produto interno concorreram, principalmente, a contracção do produto originado no sector agro-pecuário (quase 14,5 por cento) e o sensível afrouxamento no ritmo de expansão do produto das indústrias transformadoras (7,8 por cento cie acréscimo em 1966, contra 10,2 por cento em 1965).