apesar dos acréscimos dos índices correspondentes aos grupos de «Bancos», «Transportes e comunicações» e «Ultramarinas», e entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968, se o índice global das obrigações aumentava de 95,9 para 97,5 (devido a subidas, mais ou menos sensíveis, em todos os índices parciais), o índice geral das acções baixava de 226,7 para 218,7, somente não acusando quebras os índices referentes aos grupos de «Transportes e comunicações» e de «Ultramarinas». Pela importância particular que, no quadro global das operações sobre títulos, assumem as carteiras das instituições de crédito e parabancárias, analisa-se a seguir, pelos montantes dos valores nominais dos títulos, a evolução nos últimos anos dessas carteiras.

Quanto ao Banco de Portugal (v. quadro n.º 77 anexo), a importância dos títulos em carteira - na qual avultam, naturalmente, os títulos de dívida pública - manteve-se praticamente constante em 1966 e elevou-se 281 milhões de escudos em 1967, para decrescer um pouco no 1.º semestre de 1968, tal como se registara um ano antes, por efeito de amortizações várias.

Sobre os bancos comerciais, o quadro n.º 78 anexo mostra o predomínio, também, das obrigações de dívida pública. Todavia, a sua carteira de acções tem crescido lentamente nos últimos tempos (51 milhões de escudos em 1966 e 96 milhões em 1967, 93 milhões no 1.º semestre de 1967 e 28 milhões em igual período do ano corrente), ao passo que a carteir a de obrigações, depois de diminuir de 10 milhões de escudos em 1966, elevava-se de quase 350 milhões no ano passado, contrastando igualmente as variações dos 1.ºs semestres de 1967 e 1968 diminuição de 7 milhões em 1967 e acréscimo de 191 milhões em 1968.

No tocante ao conjunto das caixas económicas, os quantitativos da carteira de títulos não atingem valores elevados (v. quadro n.º 79 anexo), excepto, em termos relativos, quanto aos títulos de dívida pública, sendo mínimas as variações ultimamente registadas.

No caso da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (v. quadro n.º 80 anexo), tal como os bancos comerciais, a carteira de acções aumentou ultimamente, mas é de longe a parte da carteira de títulos de dívida pública a mais representativa, tendo o seu quantitativo aumentado desde 1965. Já na carteira do Banco de Fomento Nacional (v. quadro n.º 81 anexo) as maiores componentes são constituídas pelas acções e obrigações de empresas metropolitanas.

Por fim, quanto à carteira das instituições parabancárias (v. quadro n.º 82 anexo) e com realce para os fundos de investimentos mobiliários, a fracção mais relevante é representada pelas acções de empresas metropolitanas. Mas o crescimento do valor da carteira dessas instituições terá afrouxado bastante no ano corrente, por efeito, ao que se julga, da conjugação de diversos factores menor procura dos títulos de capital dos aludidos fundos, consequente da taxa de rendimento líquido distribuído e das repercussões das quebras de cotações no valor daqueles títulos, e a dificuldade de operar uma diversificação maior das carteiras dos fundos. Passando a outro domínio das operações financeiras, nota-se, de acordo com os elementos do quadro n.º 83 anexo, que a importância total dos contratos de hipoteca cresceu muito rapidamente entre 1965 e 1966, e aumentava ainda em 1967, posto que lentamente, acabando por decair entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968. Por outro lado, o montante dos cancelamentos, depois de baixar entre 1965 e 1966, acrescia-se sensivelmente em 1967, voltando a diminuir, e acentuadamente, entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968.

Em consequência, a diferença entre o valor dos novos contratos de hipoteca e o dos cancelamentos subia de 772 milhões em 1965 para 2334 milhões, em 1966, descendo para 2092 milhões em 1967, e entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 a referida diferença aumentava de 843 para 1336 milhões de escudos.

De notar ainda, a respeito dos empréstimos hipotecários, que a maior representação tem correspondido, sistematicamente, às hipotecas sobre prédios urbanos. Simultaneamente, tudo leva a supor que nessas operações de crédito têm muito avultada representação - à volta de metade da correspondente às instituições de crédito - as operações entre particulares, muito embora, certamente em grande parte, por via de diversas categorias de intermediários.

A continuidade, ao longo dos anos, de quantiosos movimentos nas operações em referência constitui, ao que se afigura, um indicador da insuficiência relativa de outras oportunidades de aplicação de capitais a médio e longo prazo, em condições reputadas razoáveis dos pontos de vista de remuneração e de garantias. E as características tradicionais de comportamento de certas classes da poupança nacional têm sido estimuladas pela actuação daqueles intermediários e, bem assim, pelo surto da construção e pelo incremento da procura de terrenos para urbanização, em relação, directa ou indirecta, com a progressão do afluxo de turistas. Deste modo, parece institucionalizar-se, praticamente Relativamente às operações de crédito bancário a médio e longo prazos, o quadro n.º 85 anexo, respeitante ao conjunto dos bancos comerciais, casas bancárias e instituições equiparadas, mostra os pequenos montantes atingidos pelos saldos de carteira comercial e de empréstimos e contas coerentes caucionados com vencimentos superiores a dois anos, cujas variações, aliás, têm sido pouco significativas diminuição de 25 milhões de escudos em 1966 e acréscimo de 60 milhões no ano passado, aumento de 109 milhões no 1.º semestre de 1967 e contracção de 69 milhões em igual período do ano corrente. E os saldos classificados como créditos ao consumo (financiamento de vendas de bens de consumo duradouro) e às actividades económicas diversas são ainda os mais representativos no total das operações referidas.

Já no conjunto das caixas económicas (v. quadro n.º 86 anexo), e ponderando as suas dimensões, os saldos dos empréstimos a prazo superior a dois anos atingem valores mais r elevantes que nos bancos comerciais, se bem que com repartição semelhante predomínio dos créditos ao consumo e a actividades económicas diversas. E, no caso das caixas, o incremento dos saldos tem sido constante, posto que a cadência variável acréscimos de 408 e de (...)