Quanto à Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência - que continua sendo a principal instituição de crédito a médio e longo prazos -, vê-se, pelo quadro n.º 87 anexo, que o montante de créditos outorgados aumentou consideràvelmente entre 1965 e 1966 (exclusivamente os créditos ao sector privado, salientando-se os acréscimos referentes às indústrias transformadoras e construção), mas diminuiu de 1966 para 1967 (por efeito, fundamentalmente, da diminuição dos créditos ao sector público), voltando a acrescer-se entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 (agora, em virtude apenas do aumento dos créditos no sector público). Atendendo, entretanto, às amortizações e reembolsos que foram sendo efectuados, as variações de saldos não terão sido proporcionadas, especialmente em 1967 e no ano corrente, à capacidade prestamista da instituição, como, de resto, se indu ziu, em parágrafo precedente, da observação das posições das principais contas dos respectivos balancetes.

Sobre as caixas de crédito agrícola mútuo, as situações constantes do quadro n.º 88 anexo indicam um crescimento dos saldos dos empréstimos no triénio de 1965-1967, financiados, na sua maior parte, por fundos obtidos da Caixa Nacional de Crédito. Mas o acréscimo em 1967 foi muito menor do que o de 1966, não se afigurando de prever, nas circunstâncias que informam a actividade desses estabelecimentos especiais de crédito, que a sua actividade possa progredir grandemente.

Por seu turno, o Banco de Fomento Nacional (v. quadro n.º 89 anexo) pôde aumentar o montante global das suas operações de crédito a médio e longo prazos de 1965 para 1967, mais acentuadamente, até, neste último ano, contudo, entre os 1.ºs semestres de 1967 e 1968 acusou uma contracção dessas operações, projectada exclusivamente nas operações com as províncias ultramarinas, quando o referido aumen to no ano findo interessara apenas estes territórios nacionais.

Observando as posições das principais contas do Banco (v. quadro n.º 90 anexo), verifica-se que os saldos das operações de crédito a médio e longo prazos averbaram em 1966 acréscimo global mais vultoso do que no ano precedente, o que se deveu, principalmente, ao aumento dos depósitos a prazo e dos empréstimos de outras instituições de crédito Pelo contrário, no 1.º semestre de 1968, não obstante uma subida de quase 510 milhões de escudos nos depósitos a prazo, o saldo global daquelas operações de crédito diminuiu um pouco mais de 40 milhões (quando um ano antes se acrescera de quase 826 milhões), o que redundou numa elevação muito sensível nas disponibilidades em caixa e nos depósitos em outras instituições de crédito (311 milhões de escudos).

ano corrente, manteve e ainda autorizou a emitir um empréstimo interno amortizável até à importância de 510 milhões de escudos durante o primeiro triénio do III Plano de Fomento - aumentou consideràvelmente, no ano findo, o volume das suas operações de empréstimo (cerca de 90 milhões de escudos), quando em 1967, relativamente ao ano anterior, acusara uma pequena descida (cf. quadro n.º 92 anexo).

Quanto ao Fundo de Melhoramentos Agrícolas, é visível, pelo quadro n.º 93 anexo, o crescimento continuado da sua actividade ao longo do período considerado o capital do Fundo, para cuja constituição têm concorrido principalmente as dotações a ele consignadas no Orçamento Geral do Estado (quase 500 milhões de escudos no fim de Junho de 1968), aumentava de 420 para 568 milhões de escudos, o montante dos saldos de empréstimos contraídos (com maior representação para os empréstimos do Fundo de Abastecimento) elevava-se de 230 para 459 milhões de escudos, e o somatório dos saldos dos empréstimos outorgados crescia de 606 para 991 milhões, principalmente destinados a oficinas tecnológicas, construções rurais e obras de rega, drenagem e defesa dos solos contra a erosão.

No que respeita ao Fundo Especial de Transportes Terrestres, mostra o quadro n.º 94 anexo que o montante dos saldos dos empréstimos concedidos (em que predominam os outorgados à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e ao Metropolitano de Lisboa) tem acusado pequenas oscilações, ora num sentido, ora noutro acréscimos em 1966 e no 1.º semestre do ano corrente, decréscimo em 1967. Entretanto, como indica o mesmo quadro, a importância dos empréstimos obtidos pelo Fundo (principalmente da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência) tem vindo a decrescer lentamente.

Segundo os elementos do quadro n.º 95 anexo, o Fundo de Turismo manifestou sensível e continuado incremento, tanto no que respeita a empréstimos e subsídios concedidos como no tocante a avales prestados. Também quanto ao Fundo de Fomento Florestal e Aquícola (v. quadro n.º 96 anexo) se observou sentido de crescimento até 1967, mas no 1.º semestre de 1968 registava-se sensível quebra de actividade.

Dentro também do período em referência, as operações do Fundo de Abastecimento (v. quadro n.º 97 anexo) aumentaram continuadamente, acrescendo-se o saldo dos empréstimos outorgados de 1077 milhões de escudos no fim de 1965 para 1639 milhões em Junho último e atingindo o montante dos subsídios pagos quase 935 milhões em 1967, contra cerca de 689 milhões em 1965. Mas é de notar que uma grande parte destas operações não respeitou directamente ao sector privado, mas sim a diversos departamentos e organismos da administração pública.

Por ultimo, quanto ao Fundo de Fomento de Exportação (v. quadro n.º 98 anexo), o saldo dos empréstimos outorgados aumentou lentamente ao longo do período considerado, do mesmo passo que os valores dos subsídios pagos variava bastante num e noutro sentido e o montante dos avales prestados crescia rapidamente, em especial a partir de 1967. Como se disse, os elementos informativos presentemente disponíveis não são suficientes para determinar os fluxos de fundos capitalizáveis a médio e longo prazos, no mercado financeiro metropolitano, pelo menos entre os grandes sectores que poderiam considerar-se (o Estado, o sistema bancário e os conjuntos dos particulares e das (...)