O Orador: - É o debate democrático que permite a quantos vão sofrer as consequências das decisões criticá-las, modificá-las, enriquecer as hipóteses que as originaram.

A democracia é um quadro necessário à decisão política. A experiência do nosso passado próximo é que é preferível até mesmo a hesitante procura de soluções que a imposição arbitrária de linhas políticas.

O Sr. Armando Correia (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Existem em Portugal todas as condições para o exercício democrático da decisão política.

Temos não só instituições e um espaço democrático como a garantia que ele não será violado por qualquer golpismo aventureirista.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A parada militar do 25 de Abril e o seu claro sentido são um testemunho disto. Mais do que uma crítica, é por isso um desafio à nossa capacidade o «encontrar uma resposta concreta para as aspirações que se vão tornando desespero», «descobrir os caminhos de mobilização do povo português para monernizar o País e vencer a crise», como disse aqui o Sr. Presidente da República.

Também nós queremos reafirmar que nos há álibis.

Dizia há pouco da importância do debate que é o núcleo da actividade parlamentar.

Direi agora que essa é uma condição necessária de eficácia, mas não suficiente. Andar depressa obriga, ao mesmo tempo, a uma estrada boa e a um carro rápido. Já lendo estrada, o que nos é exigido é que a usemos para andar. É essa a nossa responsabilidade e o desafio que nos é proposto.

O Grupo Parlamentar do PSD tem consciência do esforço que vem fazendo, consubstanciado na maior parte dás iniciativas legislativas, para que silêncios não exist am nesta Câmara.

O Sr. António Lacerda (PSD): - Muito bem!

Assumimos a nossa quota-parte no lugar que é o nosso.

A certeza de recursos não aproveitados ou delapidados obriga a pôr, com clareza, opções. Dizer que podia ser pior nada resolve. Admitir que o «remendo» é a solução pode multiplicar os cuidados, mas mantém o impasse.

Temos de empenharmo-nos, corajosa e firmemente, nas tarefas que nos propusemos.

Demasiado temos vivido à custa do futuro. Nosso e dos nossos. É tempo de trabalharmos para ele.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O futuro é múltiplo. Pertence à imaginação e à vontade. Como sempre dissemos, em democracia há sempre alternativas democráticas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Assim fôssemos todos capazes de. como nas belas palavras de Pierre Massé, «ter uma atitude aberta em face de um futuro aberto, a inquietação intelectual que procura converter-se em optimismo de acção, a procura que sirva de traço de união entre a pluralidade dos possíveis -incluindo o que nós próprios viremos a ser - e a decisão única a tomar no momento presente».

Sr. Presidente e Srs. Deputados: O Sr. Presidente da República falou, com coragem, clareza e profundidade das exigências inadiáveis da democracia. O povo entendeu-o. A crise há-de ser vencida. Por nossa parte, e a nosso modo, tudo faremos por isso.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Informo os Srs. Deputados de que foi apresentada uma proposta para a criação de uma comissão eventual dos assuntos europeus, que será objecto de discussão na próxima sessão. A proposta é subscrita, nos termos regimentais, por Deputados do CDS.

Pedia aos Srs. presidentes dos grupos parlamentares ou seus representantes para hoje se reunirem comigo no meu gabinete, por volta das 18 horas, a fim de trocarmos impressões com o Sr. Ministro Jorge Campinos, em ordem a sistematizarmos os nossos trabalhos da próxima terça-feira.

Tem a palavra o Sr. Deputado Ferreira Dionisio. para uma intervenção.

O Sr. Ferreira Dionísio (PS): - Sr. Presidente. Srs. Deputados: Tenho hoje a grata oportunidade de apresentar neste hemiciclo alguns dos desejos expres-