Porém, a partir da referida segunda fase por força do movimento que assumiu, o número de funcionários passou para a centena e meia. Tal acréscimo desde logo permitiu tomadas de múltiplas atitudes que visavam impor a transferência da Caixa para a capital do distrito e como se, permanecendo na Covilhã deixasse de possuir a referida designação.

Com efeito tem havido ao longo dos últimos quinze anos autênticas «lutas» de palavras nem sempre do melhor nível com a utilização de fundamentos por vezes mas nem sempre correspondentes à verdade.

Nesses combates pseudo-eruditos, os covilhanenses defendem o que ali possuem e os albicastrenses procuram chamar a si o que os primeiros pretendem reter.

Face a esta querela, os responsáveis, ao tempo, pelo sector entenderam que se não podia negar a uns os direitos adquiridos no tempo mas que também os interesses dos outros deveriam ser considerados. Foi para concretizar tal ponto de vista que o Governo criou - por sugestão dos covilhanenses - uma delegação dos serviços da Caixa de Previdência, na cidade de Castelo Branco, julgando que assim ficaria arrumado o assunto.

Pensaram efectivamente, mas parece que tal não aconteceu...

Com o 25 de Abril realizaram-se na capital do distrito manifestações nas quais determinados termos utilizados em impressos e em documentos de propaganda violaram as normas da convivência de homens de uma mesma Pátria e de uma mesma e característica região.

Tais afirmações não podem ser aceites porque não correspondem à verdade como o vou demonstrar.

A cidade da Covilhã, que constitui um dos maiores centros populacionais de todo o interior Norte/Sul do País verifica com mágoa que por não ser capital de distrito, mas apenas concelho urbano de 1.ª classe, está sujeita a ver-se privada de benefícios e direitos que bem merece.

A Covilhã é o maior pólo de desenvolvimento de todo o interior, tanto no sector industrial como nos turísticos, agrário, comercial, das comunicações, populacional, cultural, judicial, desportivo, etc.

Por tudo isso não pode sujeitar-se a sofrer prejuízos, que vão de imediato pôr em causa a já tão falada descentralização da Administração Pública.

Se tudo correr pelo melhor, no que respeita a três importantes melhoramentos (parque industrial, parque de reserva da serra da Estrela e plano agrário para a Cova da Beira), nós, os covilhanenses, teremos a grata satisfação de ver a cidade da Covilhã na posição que merece, pois a sua população - através do trabalho árduo e ordeiro de séculos - soube criar condições de vida de que beneficiaram mas que se estende a toda a parte Norte do distrito e até à zona industrial da serra da Estrela, como todos sabem.

Desde tempos que remontam à época do conde da Ericeira, marquês de Pombal e Fradesso da Silveira, que a Covilhã ocupa, sem dúvida, posição de destaque no mundo do trabalho nacional. Tem produzido riqueza a par de inigualáveis exemplos de é o facto dominante, é na zona da Covilhã que se encontra a maioria dos beneficiários desses sindicatos.

rutura regional do seu País se como se pensa forem por diante os empreendimentos já referidos e que farão da zona norte do distrito de Castelo Branco um lugar digno, onde possam viver os portugueses que aí estão hoje radicados em tão desprezadas zonas.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Jara.

O Sr. José Jara (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A média anual de acidentes de trabalho em Portugal cifra-se em mais de 800 000, de que resultam quase 100000 incapacitados permanentes e perto de 1000 mortos.

Vítimas da fria lógica do capitalismo e da regra do lucro máximo, para o qual o preço da vida A da saúde dos trabalhadores não vale o investimento em condições de higiene e segurança. Vítimas de uma sociedade que reduz o trabalhador à mercadoria força de trabalho, simples peça da máquina capitalista destinada a produzir mais-valia.

Até à actualização de 1975 cerca de 80000 sinistrados do trabalho, doentes profissionais e viúvas recebiam pensões que iam de 13$ a 1500$ por mês e muitos milhares não recebiam qualquer pensão.