ser governo, mas sim possibilitar ao País ser governado.

Aplausos do CDS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: As exigências de negociação formuladas na praça pública, no dia 1.º de Maio, pelos sindicatos da Intersindical respondeu o Governo prontamente, mostrando-se disposto ao diálogo.

O CDS fica agora a aguardar como responderá o Governo às propostas de colaboração formuladas na Assembleia da República pelos partidos da oposição.

Tenho dito.

Aplausos do CDS.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente, para dar dois esclarecimentos ao Sr. Deputado Freitas do Amaral.

O Sr. Presidente:- Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente. Srs. Deputados: O primeiro esclarecimento que queria dar ao Sr. Deputado Freitas do Amaral está em relação com o que o Sr. Deputado disse, e por várias vezes, acerca do discurso do Sr. Presidente da República. Queria, pois, afirmar que o discurso do Sr. Presidente da República confirma e defende as opções que aqui fizemos, por altura da discussão do programa do Governo, no sentido de que, em face de um programa socialista estruturado, caberia à Assembleia encarar outras alternativas. Deve, no entanto, dizer-se que essas alternativas não foram encaradas. Este é um dos pontos do discurso do Sr. Presidente da República que na altura tivemos ocasião de aplaudir com entusiasmo e com o qual nos congratulamos.

O segundo ponto sobre o qual gostava de dar esclarecimentos ao Sr. Deputado Freitas do Amaral refere-se à frase final do seu discurso, que penso que advém de um certo desconhecimento ou de uma apreciação de certos factos passados.

Nós não dissemos, sob pressão do desfile da Intersindical ou sob pressão do desfile do 1.º de Maio, que íamos negociar com a Intersindical. O que confirmamos, no seguimento de propostas anteriormente feitas, é que efectivamente o Governo socialista está disposto a negociar com todas as organizações representativas dos trabalhadores em ordem à execução da sua política de pacto social.

Vozes do PS: - Muito bem!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Não sei se o Sr. Deputado Freitas do Amaral está esclarecido.

Risos do CDS.

O Sr. Freitas do Amaral (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Como não sei se o Sr. Deputado considera a intervenção do Sr. Deputado José Luís Nunes como um pedido de esclarecimento, entrego à sua decisão a melhor forma de poder responder. Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Freitas do Amaral (CDS): - Sr. Presidente, era apenas para fazer um pequeno esclarecimento, de modo a não deixar dúvidas, no espírito de nenhum dos membros desta Câmara, sobre o seguinte ponto: O Sr. Deputado José Luís Nunes declarou, e eu compreendi, que da parte do Governo e do PS continuaria a haver a mesma disposição de sempre para o diálogo com todas as forças representativas, e nomeadamente com os partidos da oposição. Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Simplesmente, não gostaria que pudesse ficar no espírito de quem quer que fosse a dúvida sobre o seguinte aspecto: é que a nossa proposta não visa relembrar essa prática, mas sim instaurar uma nova prática, mais forte, mais formal e mais consistente, de concertação.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente:- Tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa de Melo.

O Sr. Barbosa de Melo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra para esclarecer a posição do meu partido e ao mesmo tempo pedir um esclarecimento ao Sr. Deputado Freitas do Amaral.

Quanto à posição do meu partido, que aqui e em todo o lado sempre tem definido uma posição clara relativamente ao problema fundamental do País, isto é, o problema da sua governação em geral - e assim o fez, na última sexta-feira, numa declaração política relacionada cem o discurso do Sr. Presidente da República -, queria esclarecer que, ao contrário do que resulta ou pode resultar das palavras do Sr. Deputado Freitas do Amaral, nós somos oposição por nós mesmos. Não temos nem precisamos de quem nos represente na oposição. Temos a nossa própria opinião. Consideramos os pontos de vista de todos, mas reconhecemos que há muitas e variadas oposições, sem que nenhum dos partidos opositores possa atribuir-se a si direito de representar os outros.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Ouvi com muita atenção a proposta concreta formulada nesta Assembleia, proposta essa