Urge, antes do mais, Sr. Presidente a Srs. Deputados, consolidar a democracia, vencer a crise e assim salvar a Revolução.
Aplausos do PS e PCP.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.
O Sr. Nuno Abecasis (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Álvaro Monteiro: Atrevia-me quase a dizer que o seu discurso só é desculpável porque foi escrito antes do discurso primeiramente proferido nesta Assembleia, porque não entendo que alguém que pretenda defender a democracia faça o singular cocktail que o Sr. Deputado acaba de fazer, entre forças reaccionárias, antidemocráticas e que se opõem à instauração da democracia neste país e partidos representados nesta Assembleia que sobejas provas têm dado do seu apego à democracia, como ainda hoje aqui o fizeram. Lastimo que o Sr. Deputado Álvaro Monteiro tenha pronunciado o discurso que acaba de proferir com as alusões que nele faz e espero que de forma alguma ele possa constituir um alibi para que não seja ouvido o apelo sério e sincero que ainda há pouco foi lançado nesta Câmara.
O Sr. Rui Pena (CDS): - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Pedido de esclarecimento? Protesto? Fico sem saber o que representou a sua intervenção, Sr. Deputado Nuno Abecasis.
O Sr. Deputado Álvaro Monteiro deseja responder já?
O Sr. Álvaro Monteiro (PS): - Respondo, depois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa de Melo.
perante a Assembleia a sua posição sobre este, problema. Será que a crítica, ao estado actual das coisas, ao Governo Constitucional, a proposta de ultrapassar o Governo Constitucional é, por si só, por ser a proposta de uma nova alteração democrática?
O Sr. Pedro (Roseta (PSD): - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Monteiro.
O Sr. Álvaro Monteiro (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, vou responder não a uma pergunta, mas à série de considerações feitas pelo Sr. Deputado Nuno Abecasis. Não sei, efectivamente, o que ele, pretendia de mim, a respeito da intervenção que proferi. Mas, se porventura foi porque citei certas atitudes que no meu distrito se relacionam com o presidente e membros da assembleia municipal de Viseu - suponho que seria a esse facto que concretamente queria aludir -, vou ser mais explícito. Na minha terra, lá na Beira, a propósito das comemorações do 25 de Abril, foi apresentada uma proposta por um membro da assembleia municipal (que, não sendo CDS, é independente, mas foi incluído nas suas listas) em que este fez aprovar por maioria, constituída pelo CDS, um voto de pesar por o dia 25 de Abril ser considerado o Dia de Portugal.
não apenas o PS e o PCP mas também o PPD o CDS. Agora é
preciso que estes partidos digam claramente se avalizam o procedimento que eu citei.
Vozes do PS:- Muito bem!
O Orador:- Quanto ao esclarecimento pedido pelo Sr. Deputado Barbosa de Melo, pessoa por quem tenho a maior consideração e estima, devo dizer-lhe que a minha posição foi claramente definida. Receio que nos grandes partidos desta Assembleia, e fora dela, se tenham infiltrado muitos indivíduos que andam na sombra a manobrar contra a República que fizemos renascer em 25 de Abril.
Vozes do PS:- Muito bem!
O Orador: - O meu receio é esse não é outro. O meu receio não é do Sr. Deputado Barbosa de Melo, não é da direcção do PSD, não é da direcção do CDS, nem é da direcção do PCP. É daqueles que à sombra do 25 de Abril e das liberdades conquistadas