Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em nossa opinião, a economia social de mercado é uma magnífica maneira de se chamar à economia liberal.

Sobre se nós teríamos medo de que os empresários privados se dirigissem aos bancos privados, devo dizer que naturalmente não tínhamos. Bastaria que esses empresários privados se lembrassem do número muito grande de entre eles que foi absorvido pelo sistema bancário, através de uma política de asfixia que é certamente bem conhecia.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Isso é verdade!

O Orador:- Sobre a natação, como digo, remeto-o para o Prof. Ferreira Dias, que citei apenas por ser uma pessoa insuspeita neste domínio, mas gostaria de lhe dizer que não tenho nenhum preconceito contra a iniciativa privada. O que eu lamento é que ela não seja tão dinâmica quanto eu desejaria que ela fosse. E no que eu insisto é que lhe devem ser criadas condições para que ela o seja, tal como ao sector público, para que ele se desenvolva e seja dinâmico. E até apontei para alguns remédios que me parece poderem ser desenvolvidos nesse domínio.

Aplausos do CDS.

Muito me agrada o constatara minha capacidade apologética junto das bancadas do CDS.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): Faz progressos, faz progressos!

O Orador: - Penso que isso corresponde à garantia de que efectivamente as nacionalizações estão solidamente implantadas neste país.

Risos do PCP.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Nomeadamente, depois desta lei.

O Orador: - Porque a redacção do n.º 2 do artigo 3.º poderia eventualmente prestar-se a confusões, não tenho dúvidas em dizer-lhe que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresentará na comissão uma redacção que elimine essas confusões.

Sobre se nós aceitamos que os cimentos e os adubos não sejam sectores vedados, devo dizer-lhe que, em nossa opinião, não aceitamos, porque a indústria cimenteira e a indústria adubeira são indústrias que se enquadram com extrema facilidade ma lógica de um sector definido pelo Plano e têm, além disso, uma importância extraordinária: no caso dos cimentas, como suporte à indústria da construção; no caso dos adubos, como factor de desenvolvimento de recursos mineiros do País, designadamente as pirites, e como suporte a toda a actividade agrícola do País.

Sobre a questão dos álibis, devo dizer-lhe que gosto muito de ler livros policiais e o álibi é normalmente utilizado não como uma verdadeira razão para, mas como uma justificação para justificar que não. Quer isto dizer: quando nós afirmamos que caem os álibis, não queremos com isto dizer que se criam novas justificações para fazer. Queremos com isto dizer sim, que se perderá a capacidade de invocar estas, para não fazer.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - E acredita nisso, Sr. Deputado?

O Orador: - Bom, se as pessoas continuarem a invocá-las, quanto a mim, é porque fazem uso de um descaramento que não pode de forma alguma convencer-nos.

Risos do PCP.

Sobre a política de cedências, devo dizer-lhe que não há aqui, em nossa opinião, nenhuma política de cedências, há um texto conscientemente assumido pelo Partido Socialista e pelo seu Governo.

Aplausos do PS e PSD.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - É preciso descaramento!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vital Moreira para uma segunda intervenção.

s grandes capitalistas expropriados.

Nem se argumente a favor da recuperação capitalista (da economia com a necessidade de «dinamizar» ou de «relançar» a iniciativa privada como aquele foi feito. Esta não está em causa. Mas a iniciativa privada tem um vasto sector - de resto ainda dominante na economia nacional - onde tem a possibilidade e o dever de mostrar capacidade de recuperação económica.

E é essa capacidade que continua por demonstrar. O sector privado deve ser garantido e, sem prejuízo do sector público, apoiado. Mas não há qualquer razão