aqueles que têm meios mais poderosos de actuação. E digamos: qual a nossa resposta, que meios de prevenção e de repressão têm sido usados?

O Sr. Presidente: - Deve concluir, Sr. Deputado, pois já esgotou o seu tempo.

O Orador: - Exacto, Sr. Presidente, mas peço a V. Ex.ª a mesma tolerância que ontem foi usada para com o Sr. Ministro da Justiça.

O Sr. Presidente: - É com a aprovação do Plenário, Sr. Deputado.

O Orador: - Eu penso que o Plenário estará de acordo em me dar 30 avos do que concedeu ao Sr. Ministro.

Uma voz do PS: - Avos?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não lhe posso dar mais tempo porque temos de seguir este critério.

O Orador: - Se o Sr. Presidente recorrer ao Plenário, como ontem, eu creio que a uniformidade de critérios ficará salvaguardada.

O Sr. Presidente: - Desta vez não recorro ao Plenário, Sr. .Deputado. V. Ex.ª terminou a sua intervenção.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes, para responder.

Manifestações de desagrado do PSD.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Sr. Presidente, eu peço a palavra para interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Desculpe, Sr. Deputado, mas V. Ex.ª reparou que, há pouco, pedi ao nosso colega José Luís Nunes para aliviar as suas considerações. O Sr. Deputado foi compreensivo e interrompeu-as nesse momento.

Chamei-lhe a sua atenção com toda a cordialidade para abreviar as suas considerações e V. Ex.ª não o fez, querendo continuar no uso da palavra. Não o posso permitir, ao abrigo do Regimento e pelo respeito que tenho de todos os demais Srs. Deputados.

A Sr .ª Helena Roseta (PSD): - É dos homens que tudo sabem!

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª quer continuar a usar da palavra? Quer que suscite o problema à Assembleia? Apesar de tudo, vou fazê-lo, Sr. Deputado, para que não me reste nenhuma dúvida sobre a imparcialidade da condução dos trabalhos. A Assembleia está de acordo em que o nosso colega Magalhães Mota continue no uso da palavra?

Pausa

Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes para intervir a este respeito.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - O que eu queria dizer ao Sr. Presidente é o seguinte: é que o Sr. Presidente tem razão, mas eu estou disposto a ceder a

parte do meu tempo que seja necessária para o Sr. Deputado Magalhães Mota terminar a sua interpelação, durante o tempo que achar oportuno.

O Sr. Presidente: - De qualquer modo, essa cedência não pode ser admitida.

Novas manifestações de desagrado do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, como disse há pouco, eu vou interrogar a Assembleia e lamento que este incidente tenha acontecido.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Eu também, Sr. Presidente!

O Sr. Presidente: - Os colegas não têm, em meu entender, a compreensão devida por este debate, pelo cansaço das pessoas e pelo interesse que está em causa. Os direitos são iguais para todos. Algum dos Srs. Deputados se opõe a que o nosso colega Magalhães Mota continue no uso da palavra?

Pausa,

Como ninguém se opõe, o Sr. Deputado pode continuar no uso da palavra durante o tempo que entender. A Assembleia é soberana.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Ainda bem. Agradeço à Câmara.

O Sr. Listo Lima (PCP): - Mas não abuse, Sr. Deputado!

Risos do PCP e PS.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Esteja certo de que não abusarei, Sr. Deputado. Não tenho nenhuma vocação totalitarista.

O Sr. Presidente: - Eu não posso permitir esse tipo de intervenção, Sr. Deputado.

O Sr. Magalhães Moto (PSD): - O último esclarecimento que queria pedir era precisamente relacionado com o aspecto que focava: a criminalidade a nível mais alto e a divergência de critérios na apreciação desses crimes e especialmente a criminalidade oculta e as formas de censura, porque elas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, existem e continuam a existir com diversos modos de controlo. Quando se chamam jornalistas, quando se fecham jornais, também aí há formas de censura e contra elas eu creio que devemos protestar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Nunes para responder. V. Ex.ª dispõe dos mesmos 3 minutos.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Muito obrigado pela sua generosidade, Sr. Presidente.

Eu acho que nós devemos desdramatizar este ponto e vou começar pelo ponto final que é o ponto que o Sr. Deputado acaba de focar. Eu poderia dizer, e era totalmente legítimo, que não respondia a insinuações. Mas o que o Sr. Deputado disse é que há