esperança de uma vida melhor para todos os trabalhadores.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Deposto o Poder, poderíamos começar a construir a democracia e a consolidá-la em cada dia de trabalho. Os trabalhadores, desde há tantos anos oprimidos, puderam fazer as suas reivindicações de melhores condições de vida, de trabalho e, organizando-se, puderam começar a intervir no processo produtivo e na construção da democracia. Saídos de uma situação de opressão, nós, trabalhadores, sentimo-nos iguais a nós próprios, com valores e defeitos mas prontos a andar para u frente. A nossa euforia, o nosso entusiasmo era grande. Éramos uma força viva neste país a construir. Feita a revolução, interessava construir e consolidar a democracia. Assim não pensaram nalguns, interessados na conquista do Poder pela força e na instauração da nova ditadura. Assim, atacaram os gérmens da democracia. Assaltaram sindicatos, serviram-se dos trabalhadores em seu proveito próprio, tudo prometendo a todos, tudo tentando lançar na miséria.

O poder de intervenção na vida das empresas, conquista clara dos trabalhadores, foi aproveitado pelos inimigos da democracia para tudo desorganizar. Hoje podemos ver como estão a maioria das nossas empresas. Tudo isto feito por grupelhos de activistas traidores dos trabalhadores. Deste poder dos trabalhadores se serviu o Partido Comunista Português, que, armado em vanguarda organizada da classe operária, quis conduzir o processo de destruição da nossa pátria, pondo em prática os seus métodos estalinistas...

Risos do PCP.

... de destruição da economia, na tentativa de implantar o que se chama «ditadura do proletariado» mas que, na prática, não passa de ditadura de meia dúzia de traidores sobre os trabalhadores.

Aplausos do PSD.

Protestos do PCP.

Que o digam os trabalhadores do bloco de Leste. Que o digam os trabalhadores polacos e os trabalhadores checos. Ainda há dias quatro trabalhadores que aderiram à «Carta 77» foram expulsos dos seus lugares de trabalho. Por aqui se vê a «liberdade» dos países do bloco de Leste.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PCP: - Fascista! Não te interessa!

O Sr. Lino Lima (PCP): - Nem sabes onde é o Leste.

O Orador: - Apesar de todos estes contratempos, a democracia foi-se construindo e consolidando. Os trabalhadores não serviram as desígnios nefastos dos protegidos de Moscovo.

Fez-se uma Constituição, que passou a ser a base sólida da democracia.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Estás a atraiçoá-la!

Aí se consagraram os direitos, liberdades, garantias e deveres do cidadão, os princípios fundamentais da democracia que, com coragem e dinamismo, tomos de continuar a construir e defender em ;todos os dias do nosso trabalho.

Assim, cabe-nos hoje dar um passo em frente na consolidação de um opilar fundamental já em construção por todos os trabalhadores e sua conquista muito dura.

Manifestação de desagrado do PCP.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Temos dois textos para apreciar, «comissões de trabalhadores e seus direitos» e controlo operário». Cabe-me fazer aqui uma análise do projecto do Partido Comunista, ou seja, o projecto do controlo operário.

Consagra este texto um conceito muitíssimo diferente do nosso projecto co-gestionário. Não é de admirar. O texto é do Partido Comunista Português.

Coerente com a cartilha marxista-leninista, com a teoria da vanguarda organizada da classe operária, tenta servir-se dos operários, do seu sentido de justiça e do seu poder reivindicativo para conduzir o processo revolucionário. Para nós, sociais-democratas, a revolução lançou as bases de uma democracia que agora gradualmente, por reformas profundas coordenadas e sucessivas, irá per construída e consolidada.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Para o PC, a revolução foi o começo de um processo insurreccional que deveria seguir-se até à instauração da ditadura do proletariado. Deste modo, coerente consigo próprio, apresenta como modelo de intervenção da classe trabalhadora na economia o controlo operário, com toda a sua dinâmica de elemento revolucionário, no sentido vanguardista do termo, para a destruição da economia e da democracia, com o fim de instaurara ditadura do partido cínico.

Risos do PCP.

Vozes do PSD: - Muito bem!