O Orador: - Respeitem, pois, por favor, o nosso compromisso.

O Sr. Presidente: - Chamo a atenção do Sr. Deputado para a resposta que está a ser dada. Faça favor de prosseguir.

O Orador: - Lamento não ter tempo para falar o suficiente deste assunto, mas, mesmo assim, gastam alguns preciosos momentos do meu grupo parlamentar para responder.

O Sr. Gualter Basílio (PS): - Preciosos?

O Orador: - A diferença entre a violência fascista e aquelas violenciazitas de que o Sr. Ministro falou...

Risos e protestos ruidosos do PS.

O Orador: - Atenção, não se riam, atenção!

O Sr. Florindo Matias (PS): - Isso é para meter medo?

O Orador: - Atenção! Só quem não sofreu a violência fascista é que se ri.

Risos do PS.

O Sr. António Macedo (PS): - Oh, Sr. Presidente...

O Orador: - Cale-se, cale-se!

Novos protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Atenção, Srs. Deputados, chamo a vossa atenção. O nosso colega está a responder. Tem o direito de ser ouvido, independente mente do acordo ou desacordo com as opiniões expressas. Queira continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - A diferença é abissal entre a violência fascista, que em dois decénios expulsou 400 000 trabalhadores do campo português, e aquelas expulsões - admitido que são verdadeiros os motivos políticos invocados, porque nem isso está demonstrado, Sr. Ministro.

Vozes do CDS: - Ah!

O Orador: - E o Sr. Ministro sabe muito bem que tem tantas dúvidas como eu.

Mas mais. Eu pergunto-lhe: A sua actuação no Ministério não levou ainda a expulsões de trabalhadores? O senhor sabe que teria de responder que sim.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - E por motivos políticos declarados.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados não podem manifestar-se dessa maneira.

O Orador: - Sr. Ministro, aliás sobre este assunto eu lembro-lhe que ousou, em nome não sei de que legalidade, em nome não sei de que Ministério, falar na erradicação da influência de um partido político, qualquer que ele seja, não importa em que região seja do País. Isto, Sr. Ministro, traduz um arrière pensée, traduz uma ideia reservada. Mas passemos adiante.

Em relação à segunda pergunta, o Sr. Ministro pergunta-me se estou de acordo com não sei que afirmação da Intersindical. Eu devo-lhe dizer, a respeito disso, que não conheço o texto, e não o vou julgar desintegrado do conteúdo. Mas o que lhe posso dizer é que o meu partido, em todo o seu programa, em todos os seus textos, e também na sua actividade, tem defendido sempre os pequenos agricultores. E não é de agora. É do tempo em que defende-os correspondia a prisão e quantas vezes a mais do que isso.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Muito bem!

O Sr. Herculano Pires (PS): - Esqueceram-se do 19 de Julho.

O Orador:

Quanto à violência, qual a diferença entre a violência fascista e a violência dos sindicatos, Sr. Ministro, eu já lhe respondi Eu peco-lhe que não me faça insistir na violência do MAP, que expulsa, pela força da GNR -que, note-se, é simplesmente um braço armado do MAP...

Vozes do PS: - Não apoiado!

O Orador: - ...e que não é responsável-, que expulsa os trabalhadores das UCPs, os trabalhadores das cooperativas...

Vozes do PS: - Não apoiado!

O Orador: - ...ºs trabalhadores sabe Deus de onde, que os expulsa das terras que eles ocuparam, e justamente porque eram terras abandonadas ou dos grandes latifundiários e dos grandes capitalistas.

O Sr. Ministro se quiser protestar proteste, que eu nessa altura contraprotestarei, porque já não conta o meu tempo.

Protestos do PS e manifestações das galerias.

O Sr. Presidente: - Chamo a atenção dos senhores guardas que se encontram nas galerias a manter a ordem dessas galerias de que devem realmente cumprir a sua missão.

Sr. Deputado Carlos Brito: Tenha a bondade, mas diga-me para que efeito pretende usar da palavra.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, era para formular um protesto quanto ao teor, ao sentido e às intenções, gravemente ca undosas, contidas nos pedidos de esclarecimento feitos pelo Sr. Ministro António Barreto.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

O Sr. Carlos Brito (PCP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro António Barreto: Sempre que Deputados do Partido Socialista ou Deputados de qualquer outro par-