situação das populações camponesas na zona de intervenção. Nem a sorte ou o conteúdo da própria lei parecem ter algo a ver com esta questão. Basta analisar as intervenções dos Deputados do Partido Socialista a este respeito, e designadamente esta última, para ver que nenhuma das objecções à lei foi contestada.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado desculpará mas, se se trata de um protesto, já passaram os dois minutos. Se se trata de um pedido de esclarecimento, pode V. Ex.ª continuar no uso da palavra.

O Orador: - Sr. Presidente, &u limito-me a constatar a diferença de critérios. Continuarei no uso do tempo do meu grupo parlamentar.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Orador: - Nenhuma apreciação do conteúdo da lei parece interessante. Para o Sr. Deputado tudo se limita a infligir uma derrota ao PCP. A tanto pode chegar um dirigente do Partido Socialista!

Mas o Sr. Deputado Jaime Gama parece não estar tranquilo - e esta é a segunda grande conclusão desta intervenção.

A Sr.ª Hermenegilda Pereira (PCP): - Muito bem!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Porque esta lei representará um aprisionamento total do seu partido aos partidos da direita parlamentar.

O Sr. António Arnaut (PS): - Não apoiado!

O Orador: - Esta intervenção é só por si a prova mais cabal e rotunda da derrota do Partido do Governo e do Partido Socialista em todo este processo.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Na realidade, que derrota mais profunda para um partido que se reclama das classes trabalhadoras do que a de ter que lançar patéticos apelos aos partidos da direita parlamentar para o ajudar a votar uma lei contra a vontade, as realizações e as organizações dos trabalhadores?!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Cunha Simões (CDS): - Pareces um moço de frentes do Cunhal!

O Orador: - Esta lei poderá ser aprovada, mas estes patéticos apelos demonstram que, se o vier a ser, são mais do que a prova, e a mesma, de que esta lei é uma lei da contra-Reforma Agrária, que é uma ideia contra os interesses dos trabalhadores, que é uma lei contra os interesses dos rendeiros do Norte, e do Centro do País, que é uma lei contra o regime democrático e contra a Constituição.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Não temos duvidas de que, após esta votação, o povo trabalhador deste país, os trabalhadores e os rendeiros deste país, saberão dar a resposta a esta questão: quem será desalojado ou quem se autodesalojará do apoio que até agora tem merecido.

Aplausos do PCP.

intervenção de fundo, eu interromperei a sessão por um período de meia hora.

Quanto ao resto dos problemas, eu queria chamar a atenção da Assembleia que temos prazos de tempo marcados. Sabemos que o tempo dos protestos é de 2 minutos, mas eu tenho condescendido, uma vez por outra - e faço-o com muito gosto -, em deixar prolongar por um pouco mais de tempo a formulação de um juízo de valor ou de uma conclusão que se queira tirar. Mas não poderei consentir, daqui para o futuro, que, pedindo-se a palavra para um protesto,