o pedir, mas precisa dele, e, ou convence alguém a dar-lho sem que o peça, ou terá de pedi-lo.

O Sr. Basílio Horta (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Há ainda uma outra solução que é a de forçar deliberadamente a queda do seu próprio Governo - e estou longe de pensar que seja o PS o primeiro nesta Câmara a desejar o derrube do Governo Socialista Constitucional.

Quanto às legislações várias que houve em Portugal sobre Reforma Agrária, eu penso, Sr. Doutor Salgado Zenha, que em tempos de Salazar e Caetano não houve qualquer reforma agrária em Portugal. Talvez eu esteja enganado, mas como citou entre o elenco das matérias em causa legislação desse tempo, creio que não há nenhuma, e, portanto, como nos faz uma pergunta verdadeiramente capciosa sobre esta matéria, eu devolvo-lhe a pergunta, porque não tem fundamento sequer.

É evidente que quanto à natureza da Reforma Agrária que propomos já o esclareci, mais quero desde já fazer uma reflexão, que, porventura, se me permite, é uma reflexão complementar sobre este tema. Sobre a história de deixar no ar que o CDS talvez no fundo não goste de Vasco Gonçalves, de e é, no fundo, um pouco revanchista, algumas vezes tocando os fascistas, outras vezes tocando os comunistas, outras vezes tocando não sei quem, não é o processo de construir a democracia. Pelo contrário, a nossa proposta é uma proposta positiva, e não admitimos a esta alternância antidemocrática de antifascismo e anticomunismo a

Aplausos do CDS.

O Orador - Embora o Sr. Deputado Carlos Brito não tenha feito propriamente um pedido de esclarecimento, fez antes um protesto. Eu não queria passar esta oportunidade sem lhe agradecer, mão o protesto, porque o não foi sequer, mas os elogios que me fez. Louvou-me a fraqueza, a sinceridade e a utilidade do discurso... Ora, aqui está um conjunto de elogios que raras vezes se ouve nesta; Câmara ...

Uma voz do PS: - Oh, diabo!

É evidente, Sr. Deputado, que a Reforma Agrária afecta na vida, na carne, no dia-a-dia, no quotidiano, centenas de milhares de trabalhadores portugueses, de grandes, pequenos e muitos rendeiros, de assalariados rurais, de seareiros, de toda uma população que vive no mundo rural. Isto é verdade, mas o que essa gente pede, sobretudo, o que todo esse mundo que trabalha noa pede a nós - e refiro-me naturalmente àqueles que voltaram em nós - é que defendíamos os seus pontos de vista e que não nos utilizemos dates como argumento para defender os seus pontos de vista.

O que eles pedem não é que nós venhamos para a tribuna em tiradas, que a outros podem parecer bem, mais que a nós nos parece mal, e que consistem em fazer uma certa demagogia, em citar aspectos acessórios das questões para, no fundo, valorizar teses que são de fundo. Ora, esse tipo de discurso político nós não fazemos nem sabemos fazer, nesta conformidade e nesta circunstância.

Portanto, o que está em causa são princípios gerais e, como eles já foram esgotados pelo meu partido, o que estava em causa era o enquadramento político geral da matéria. E eu quero descansar o Sr. Deputado Carlos Brito dizendo-lhe que não é objectivo do CDS primordial, nem sequer secundário, nem terciário, nem quaternário, a luta contra o Partido Comunista. E sabe porquê? Porque a luta contra o PCP é feita por ele próprio.

Aplausos do CDS.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Chamo a atenção dos Srs. Deputados para o facto de já serem duas horas e cinco minutos. No entanto, não tenho objecção nenhuma em conceder a palavra, se os Srs. Deputados não se opuserem.

Para que efeito é, Sr. Deputado?

O Sr. Salgado Zenha (PS): - É para formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Eu protesto pelo facto de o Sr. Deputado Amaro da Costa não ter respondido à minha pergunta.

Nós, socialistas, ouvimos em silêncio os outros Deputados e também nesse ponto não pedimos retribuição: podem falar e fazer comentários, se assim o desejarem.