O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Peço a palavra para um protesto.

O Sr. Deputado Victor Louro iniciou o seu discurso com um protesto quanto ao facto de o Sr. Secretário de Estado Carlos Portas não ler fornecido aos Srs. Deputados os números de que se serviu.

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - Ao povo português!

O Orador: - O Sr. Deputado, ao povo português já foram fornecidos, aliás foram aqui lidos e gravados.

Foi já esclarecido pelo Sr. Secretário de Estado Carlos Portas que a Imprensa se utilizou de um texto onde ele tinha também notas manuais da sua responsabilidade e apontamentos próprios que não foram lidos. De resto, se o Sr. Deputado Victor Louro ou quaisquer dos nossos colegas quisesse esclarecer na íntegra o discurso do Sr. Secretário de Estado Carlos Portas, nada mais teria de fazer do que dirigir-se aos serviços da Assembleia, que o tinham pronto a partir das 4 horas da manhã e que forneceram hoje mesmo de manhã.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Poder-se-ia parar aqui esta forma, de protesto afirmando que com este esclarecimento o assunto se encontrava completamente sanado.

O Sr. Lino Lima (PCP): - Não se encontra, não, Sr. Deputado!

O Orador: - Pois não se encontra, Sr. Deputado Limo Lima, nem de perto, nem de longe, porque as afirmações do Sr. Deputado Victor Louro visam não só lançar uma capa de misericórdia sobre elementos claros e efectivos que aqui foram dados e explicar ao povo português o que não tem explicação. Isto é, o discurso do Sr. Secretário de Estado, pelos dados concretos que deu, reduziu a pó as afirmações demagógicas que o Sr. Deputado Victor Louro e o seu partido fizeram neste debate.

Aplausos do PS.

O Sr. Limo Lima ÍPCP): - Ena pá!...

O Orador: - A demagogia tem limites!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Victor Louro.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Parece que também em matéria de demagogia há majorações.

O Sr. Jaime Gama (PS): - Vocês têm 80 %.

O Orador: - Os costumes desta Casa, Sr. Presidente, são de distribuição dos textos dos discursos após a sua realização. As 4 horas dia manhã mão seriam propriamente horas de estarmos à espera que esse texto nos fosse fornecido para ficarmos a trabalhado durante as poucas horas que nos separavam da nova reunião desta Assembleia.

Eu quero mesmo não acreditar que seria objectivo do Governo ou do Sr. Deputado José Luís Nunes sempre que a oposição fosse estudar os números a que tinham direito. Eu não pedi os números que o Sr. Secretário de Estado aqui referiu, eu não preciso que a papa me seja dada já elaborada.

O Sr. Jaime Gama (PS): - Então não tem que falar!

O Sr. Raul Rego (PS): - Precisava dos números e agora não precisa?

O Orador: - ...porque eles não tinham qualquer justificação ...

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Então para que os quer?

O Orador: - Sr. Deputado Raul Rego, já terminou?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Victor Louro, eu não contei a interrupção, pode estar descansado, mas quero chamar a sua atenção para o facto die que se está prestes a esgotar o seu tempo.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Eu não preciso dos números ao qual o Sr. Secretário de Estado os apresentou, pelo simples facto, Sr. Deputado, que eles não tinham fundamentação, foram atirados como números sem fundamentação.

O Sr. Luís Patrício (PS): - E os seus?

O Orador: - Os meus. tenho aqui a prova do que afirmei, em folhas oficiais. Mas também corrigi que, apesar de tudo, vou retê-los, para ver até onde vão as coisas.

Posso afirmar, entretanto. Sr. Presidente, que o discurso do Sr. Secretário de Estado Carlos Portas apenas foi distribuído à Imprensa às 18 horas e 30 minutos de hoje.

O Sr. Presidente: - Quero pôs à consideração da Câmara o seguinte: Estão inscritos para pedidos de esclarecimento os Srs. Deputados Carvalho Cardoso, Lucas Pires, Rico Calado, Florêncio Matias e José Luís Nunes. São 20 horas e 5 minutos, se vamos entrar nestes pedidos não ser até que horas iremos e se será possível voltarmos às 22 horas, como está estabelecido.

Pergunto se a Assembleia estará de acordo em que se interrompa agora a sessão e às 22 horas se desse início aos pedidos de esclarecimento.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Dá-me licença, Sr. Presidente?