tado a oferta daquilo a que chamou as máquinas da Rússia - creio que se referia às máquinas oferecidas por cooperativas soviéticas aos trabalhadores portugueses...

Risos do PS, PSD e CDS.

... também isto não me admita, Sr. Deputado, porque tanto quanto afirmou, não agora, mas há dias, não no Plenário, mas lá fora, o senhor não precisaria desse acto de solidariedade, porquanto o Instituto de Reorganização Agrária faz o favor de ter os seus tractores a trabalhar na Cooperativa do Vale do Rico Homem.

O Sr. Herculano Pires (PS): - Isso não são coisas que se digam, Sr. Deputado,

O Orador: - Sr. Deputado: Está aqui um seu colega a dizer que isso não são coisas que se digam. O Sr. Deputado poderá dizer se isso é verdade ou mentira.

O Sr. Floreado Matias: (PS) - Isso é mentira.

O Orador: - Bom, então foi o Sr. Deputado que nos mentiu.

Chamo ainda a atenção do Sr. Deputado Florença» Matias para o seguinte: se não demonstrar imediatamente que a insinuação ou a acusação que fez de que camaradas meus, ou mesmo que o não fossem, trabalhadores alentejanos, arranjaram um livro com um carimbo para receber as rendas que não lhes eram devidas, é verdadeira, digo-lhe, Sr. Deputado, que se o não provar imediatamente, o considero pura e simplesmente um caluniador.

Aplausos do PCP e vozes de protesto do PS.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Não o ameaçar de morte...

O Sr. Cal Brandão (PS): - O que é que quer dizer com o «imediatamente»?

O Sr. Florêncio Matias (PS): - Talvez a senhora de que falei esteja aí...

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Prove.

O Sr. Cal Brandão (PS): - Como é que quer que prove imediatamente?

O Orador: - Um de cada vez, Srs. Deputados, sé um de cada vez.

O Sr. Presidente: - Chamo a atenção dos Srs. Deputados para se comportarem devidamente.

Faz o favor de continuar, Sr. Deputado Victor Louro.

O Orador. - Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, à parte de tudo o que já disse, sempre direi, Sr. Deputado Florêncio Matias, que o senhor deve ter reparado que no final da sua intervenção não lhe fizemos nenhum pedido de esclarecimento, nem fizemos nenhum protesto. Seria bom que tivesse reflectido sobre o significado do nosso silêncio...

O Sr. Florêncio Matias (PS): - Eu não preciso de lições, Sr. Deputado.

O Orador: - Mas já que não reflectiu, Sr. Deputado Florêncio Matias, sempre lhe direi que também não é a primeira vez que neste hemiciclo assistimos à grande traição de classes.

Uma voz do PS: - Isso é para as galerias!

O Sr. Floreado Matias (PS): - Estamos amanhados, estamos!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Victor Louro, assim como ainda há pouco chamei a atenção do Sr. Deputado Florêncio Matias para a utilização que me pareceu muito infeliz da palavra patrão, chamo agora a atenção do Sr. Deputado para o facto de e palavra traição, que usou, não poder deixar de ser considerada como altamente ofensiva para a honra e consideração do Sr. Deputado, e, portanto, peco-lhe que não a repita.

Faz o favor de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - Eu queria concluir a minha resposta. Embora a expressão «traição de classe» tenha ma significado de classe, que não é ofensivo pessoalmente, mas para a classe.

Risos do PS.

Sempre lhe direi, Sr. Deputado Florêncio Matias, que muito me custou ver o senhor fazer as afirmações que fez da tribuna e, depois, as afirmações que agoira fez na sua bancada.

Vozes do PS: - É a verdade, é a verdade.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, mais uma vez tenho de os advertir e pedir-lhes o favor de não interromperem o Sr. Deputado Victor Louro.

Continue, Sr. Deputado.

O Orador: - Sempre me custou ouvir isso. Sr. Deputado Florêncio Matias, depois de, na semana passada, perdão, vou recuar, depois de há cerca de um mês, ter ouvido da sua própria boca que esta lei lhe desfazia a cooperativa onde o Sr. Deputado trabalha ...

O Sr. Florêncio Matias (PS): - Não é verdade!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Aguenta!

O Orador: - E sempre lhe direi também que ainda na semana passada ouvi da sua boca, conversando com outros colegas seus num local ...

O Sr. António Macedo (PS): - Eu sempre ver qual é o resultado disto.

Protestos do PS.

O Orador: - Então, não querem ouvir o mito? Mas eu vou dizer, eu vou dizer.