O Sr. Presidente: - Vamos então concluir, Sr. Deputado.

O Orador: - Só não concluo por causa do barulho que os Srs. Deputados do PS estão a fazer.

O Sr. Presidente: - Tem razão, efectivamente, Sr. Deputado Victor Louro.

Peço aos Srs. Deputados que estão a fazer barulho - não sei se são ou não socialistas - o favor de o não fazerem porque estão a perturbar a sessão. O tempo vai passando e nós temos ainda muitas coisas importantes a tratar.

Faz o favor, Sr. Deputado Victor Louro.

O Sr. Chaves Medeiros (PS): - Oh, Sr. Deputado, isso é falso.

O Orador: - Desculpe, Sr. Deputado Chaves Medeiros, mas dá-me licença que continue?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Isto é pidesco.

O Sr. António Macedo (PS): - Oh, Sr. Deputado, asso não é nada.

O Sr. Limo Lima (PCP): - Olha a democracia, olha.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Ele ouviu e não protestou.

O Sr. António Macedo (PS): - Isso não é da dignidade dessa bancada.

O Orador: - Sr. Deputado António Macedo, peio muito respeito que lhe .tenho, sempre lhe digo que não me ouviu aqui dizer quem é que pagou o almoço ao Sr. Deputado Florêncio Matias.

O Sr. António Macedo (PS): - Dava a entender que era para isso.

O Orador: - Não, Sr. Deputado, no restaurante onde comíamos não é preciso pagar almoço, porque é um restaurante modesto, Sr. Deputado.

Mas dizia eu, que o Sr. Deputado Florêncio Matias não deve esquecer-se de ter dito, perante trabalhadores numa delegação que aqui nos visitou no âmbito da consulta pública efectuada, que não percebia nada desta lei Muito me custa, portanto, que se tenha posto ao serviço sabe-se lá de quem para hoje vir aqui fazer afirmações contrárias ao que antes tinha dito.

Aplausos do PCP e protestos do PS.

O Sr. Florêncio Matias (PS): - Isso não é verdade. É no Alentejo que se encontra a resposta.

O Sr. Presidente: - Bem, Srs. Deputados, o ponto está encerrado. Eu fui talvez excessivamente condescendente em ter deixado prosseguir.

Efectivamente, o Sr. Deputado Florêncio...

O Sr. Florêncio Matias (PS): - Estão aqui as cartas. Pensam que me metem medo com essas coisas?

O Sr. Presidente: - Peço a atenção da Assembleia. Eu estou a fadar e portanto os Srs. Deputados têm de me ouvir.

Condescendi, como disse há pouco, parque o Sr. Deputado Florêncio Mattos não tem, na verdade, obrigação de ter um poder de expressão igual ao dos Srs. Deputados que tiveram a oportunidade de ter outros cursos e que tiveram outras possibilidades de vida. Reconheci isso tudo e permiti-lhe, efectivamente, na sua expressão singular e na sua maneira de expor, uma certa liberdade.

Espero, no entanto, que não se repitam esties incidentes, que são mutíssimo desagradáveis, só perturbam os nossos trabalhos e vão, pouco a pouco, diminuindo as possibilidades de acabarmos a tempo, pelo menos a tempo decente, esta maratona em que estamos empenhados.

O Sr. Deputado Jaime Gama pediu a palavra. Vou já conceder-lha, pedindo, no entanto, que, na medida do possível, seja conciso, o que muito lhe agradecemos.

Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Jaime Gama (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Era paira formular um protesto em relação às palavras proferidas pelo Sr. Deputado Victor Louro.

O PCP tem demonstrado ao longo deites debates as maiores dificuldades em explicar a sua actuação no Alentejo e em justificar as suas posições quanto à Reforma Agrária.

O Sr. Limo Lima (PCP): - Oh! Oh! Oh!

O Orador: - Uma das maiores dificuldades encontradas neste debate pelo PCP resultou, de facto, da intervenção aqui proferida pelo Sr. Deputado Florêncio Matias. Ê manifesto que se toma indigno de qualquer debate parlamentar e desta Assembleia introduzir na discussão processos de alcoviteirice como aqueles: a que recorreu o Sr. Deputado Victor Louro.

Aplausos do PS.

O Grupo Parlamentar do PS não pode deixar de protestar com toda ia veemência contra a forma doutoral com que o Sr. Deputado Victor Louro respondeu às criticais e às perguntas, que, aliás, não encontraram nenhuma resposta por parte do Sr. Deputado Florêncio Matias, um dos muitos trabalhadores rurais alentejanos que não aceitam nem aceitaram a ditadura do PCÍP.

Aplausos do PS e de alguns Deputados do PSD.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.