uma agricultura integrada numa economia candidata ao exame de aptidão para o Mercado Comum?

Sendo o horizonte do proprietário agrícola; alentejano apenas o da subsistência, dentro do tal modelo idílico de pão, amor e sol, como é que o novo empresário agrícola pode ser simultaneamente o investidor, o industrial, o comerciante e o armazenista? E se não for está o modelo desejável, Sr. Ministro de Estado, como é que o Governo conseguirá resolver o dramático problema dos excedentes de mão-de-obra no sector primário no nosso Alentejo se apenas está previsto efectivamente que a nova empresa, a empresa ideal dentro do seu modelo, apenas ocupe entre dois e cinco homens?

Sr. Ministro, exagerei porventura no tempo, as perguntas considero-as candentes e como que uma síntese do debate que estamos a desenvolver.

Tudo isto vem, ao fim e ao cabo, revelar que todas as soluções pontuais que, ao fim e ao cabo, se discutem nesta lei de Bases Gerais da Reforma Agrária, são fundamentalmente soluções de ordem política, não soluções de ordem técnica ou económica e, por isso mesmo, para as quais o raciocínio a tem por parte dos diversos grupos parlamentares deverá ser um raciocínio político e não de forma alguma um raciocínio técnico, um raciocínio baseado em determinantes económicas ou de ciência agrária.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro de Estado para responder.

difere qualitativamente do modelo que poderia ser construído através da Lei vigente. A minha posição foi clara, foi isso que eu disse. Não creio que houvesse qualquer especial argúcia em descobrir que a minha posição é esta porque a apresentei, realmente, com clareza.

Quanto ao modelo de desenvolvimento económico, bem, aqui talvez haja alguma candura da minha parte, é possível. Eu sou um optimista inveterado e já disse que ainda não quis perder essas posições. Eu acredito fortemente que os homens organizados em moldes de verdadeira cooperação, com os princípios próprios e inerentes ao ambiente cooperativo, são capazes - têm provado que são em muitos países - de grandes esforços e são capazes de fazer avançar as unidades de produção, reunidas nessa base para novos destinos económicos, de mais produção e muito mais racionalizados.

Vozes do CDS: - Muito bem!

«tivessem organizados em sólidas estruturas cooperativas isso permitiria, por exemplo, assegurar a industrialização da sua produção pela via cooperativa. Esse é o modelo que eu imagino e que creio que está aberto ao desenvolvimento económico e que nada tem de idílico. Aliás, uma longa vida profissional de agrónomo já não me permitiria ter esses conceitos tão idílicos como se poderia supor. Creio que era isto, no essencial, que poderia dizer em comentário à sua posição, que compreendo perfeitamente, aliás.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Parece que o Sr. Deputado Rui Pena teria pedido licença para uma intervenção. Tem a palavra para o fazer.

O Sr. Rui Pena (CDS):- - Eu pedia licença para uma última intervenção e agradeço muito a aquiescência quer do Sr. Presidente quer do Sr. Ministro de. Estado. Era, ao fim e ao cabo, para concretizar a minha pergunta e para obter uma resposta mais precisa do Sr. Ministro de Estado. V. Ex.ª confirma, portanto, se bem entendi, que esta lei, ao fim e ao cabo, só quantitativamente diverge da lei gonçalvista?

Aplausos da PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Vital Moreira para um pedido de esclarecimento.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Sr. Ministro de Estado, Henrique de Barros, creio que é justo come-