são os critérios de indemnização. É o Sr. Deputado vem agora buscar os critérios de avaliação. É evidente que não é isso que está agora em discussão. Os critérios que foram avaliados pelo Fundo de Investimento Atlântico, pelo Banco de Angola, etc., são os critérios de indemnização. Foi osso que o Sr. Deputado referiu. Para pequenos e médios accionistas, esta proposta de lei! é mais favorável do que os critérios que ultimamente estavam definidos. Não só fiz a afirmação, como a sustentei. Parece-me que isso está perfeitamente fundamentado.

Quanto ao segundo ponto, penso que o Sr. Deputado estará esclarecido, ou, pelo menos, far-me-á essa graça de eu pensar que está espairecido.

Quanto ao problema dá mobilização das actualizações e taxas queria dizer-lhe, Sr. Deputado, apenas uma coesa. Pese embora o problema que o Sr. Deputado referiu da habitação própria, nós vamos passar por cima dele, não é agora o problema importante. O que é importante é a afirmação que o Sr. Deputado fez e em que foi buscar a figura de um cidadão deste país, português, que chega ao fim da vida e conseguiu juntar 1300 contos. É uma imagem perfeitamente realista e à qual eu adiro de alma e coração.

O Sr. Carlos Robalo (ODS): - Compreendo...

O Orador: - Diz o Sr. Deputado que esse cidadão gastou 1300 contos para adquirir papel. Devo dizer-lhe que os cidadãos nessa situação não estavam, na maior parte, dos casos, perfeitamente conscientes da burla que representava esse valor de 1300 contos.

Vozes do PS: - Muito bem!

se devia sustentar. É essa a razão pela qual nós entendemos fazer a defesa dos pequenos e médios investidores, mas, de facto, não nos preocupam muito as grossas quantias que eram atiradas para investimento na Bolsa porque elas não representavam nada, eram mais uma forma de exploração, mais uma fornia de captação de muito dinheiro que era arrecadado c representava poupanças honestas que eram retiradas a essas pessoas por esses processos.

O Sr. Amaro da Costa (CDS):-Posso intenrom-pê4o, Sr. Deputado?

O Orador: - Com certeza.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Explique-me apenas uma coesa, Sr. Deputado. Tenho uma dúvida angustiosa. Por que é que o Governo Constitucional reabriu a Bolsa?

O Orador: - O Governo Constitucional reabriu a Bolsa consciente do que estava a fazer. Aliás, essa pergunta vinda do Sr. Deputado Amaro da Costa deixa-me perplexo.

Risos do CDS.

Porque V. Ex.ª me merece toda a consideração e lhe atribuo um grau de conhecimento que o Sr. Deputado tem que ter. Não percebo essa pergunta. Há Bolsas de Valores abertas na esmagadora maioria dos países da Europa e em que nunca se verificou aquilo que se verificava em Portugal, que era uma burla. Não era uma Bolsa de Valores.

Aplausos do PS.

O Orador: - Ficaria extremamente preocupado se o Sr. Deputado Viesse aqui dizer que o Governo Constitucional permite que venha estabelecer-se a burla que havia antes do 25 de Abril.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): -Essa era de mate...

O Orador: - Isso é que me preocupava. A existência de uma Bolsa pode ser extremamente positiva - e já aqui tivemos ocasião de o afirmar-em termos de captação de poupanças e da sua canalização para o investimento. Uma Bolsa pode ser extremamente positiva desde que seja devidamente enquadrada, desde que seja aplicada para fins úteis e não para fins de especulação, e multas vezes de puro roubo, como sucedia antes do 25 de Abril. Parece que é positivo que a Bolsa esteja aberta. Nisso talvez estejamos de acordo.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - No raciocínio e não na conclusão.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, queria pedir-lhes o favor da vossa atenção para o seguinte: tenho necessidade, hoje mesmo, de ter uma reunião com os presidentes dos grupos parlamentares. Temos problemas importantes a tratar, não só no que respeita ao debate em curso - em matéria de horas -, mas também sobre uma coisa que não é segredo para nenhum dos Srs. Deputados: é que a Comissão de Agricultura e Pescas não tem preparado o seu parecer sobre a Reforma Agrária. Temos, portanto, de arranjar um novo dia para a votação dia Lei da Reforma Agrária. Suponho não haver nenhum Sr. Deputado que não queira a marcação de um novo dia para esse problema.

Assim, proponho que se interrompa agora a sessão com prejuízo dos oradores inscritos, que fariam os seus pedidos de esclarecimento assim que se recomeçasse o debate.