altura a sugestão dias eleições antecipadas provinha exactamente do partido de V. Ex.ª.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Não, não.

O Orador: - Então por que é que o CDS entendia há meses atrás que era legítimo, ora conveniente realizar eleições antecipadas e porque é que não o entende agora?

O Sr. Amaro da Costa (CDS):-Dá-me licença que interrompa?

situação, desse (ponto de vista, é suficientemente estável para entendermos que, dada a gravidade que se verifica na nossa vida política e na nossa vida parlamentar, ainda assim o benefício da estabilidade que as eleições antecipadas fariam prevalece sobre o prejuízo de alguma instabilidade que pudessem provocar. E já agora quero dizer-lhe, Sr. Deputado Amaro dia Costa, que quando partimos do pressuposto de que há uma relativa estabilidade nisso e com isso fazemos uma homenagem ao Sr. Presidente da República.

Creio, portanto, que a solução está extremamente clara em relação às perguntas que o Sr. Deputado Amaro da Costa me dirigiu.

O Sr. Presidente: E foi o último Sr. Deputado a interpretá-lo.

O Orador. - Não, Sr. Presidente. Foi o Sr. Deputado Carlos Lage e eu tenho mais presente as perguntas, pois essas foram-me dirigidas a mim, e não ao Sr. Presidente, como ainda porque as tenho escritas, com a indicação dos Srs. Deputados interpelantes.

Eu já respondi a parte das perguntas do Sr. Deputado Carlos Lage. Eu já lhe disse, Sr. Deputado, que da sua própria boca tenho ouvido repetidas vezes arguir assim a inconstitucionalidade de propostas de outros partidos.

O Sr. Carlos Lage (PS): Mas não apelo para a dissolução da Assembleia.

Ò Orador: - Eu creio que o Sr. Deputado nessa altura não se está a substituir aos órgãos competentes, não está o Sr. Deputado Carlos Lage, sozinho, arvorado em tribunal constitucional. Portanto esse seu argumento de valor nenhum se reveste. E eu queria dizer-lhe que o Sr. Deputado conhece mal a história da Alemanha. Esse insulto que o Sr. Deputado já aqui por duas vezes lançou deve ser matéria para a sua reflexão, porque, por inteiro, isso serve à prática do seu próprio partido. Estude a prática da Alemanha em 1931 que far-lhe-á muito bem com certeza.

Aplausos do PCP.

O Sr. Deputado levanta outra questão que não é bem assim as coisas são mais profundas do que parece. O Sr. Deputado diz que nós precisamos Só Partido Socialista para não ficar no ghetto. Mas repare que não é bem assim. Repare o Sr. Deputado que a situação, aliás, é diferente: é o Partido Socialista que precisa do Partido Comunista. E repare que em França o Partido Socialista só se recompôs porque os comunistas lhe deram a mão.

Aplausos do PCP e risos do PS.

E olhe que a evolução portuguesa, se o Sr. Deputado a analisar sem preconceitos, dá-lhe bastante matéria para reflexão neste domínio.

Vozes do PS: - Dá, dá.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - A história falará!...

O Orador: - O Sr. Deputado Aires Rodrigues fez-me uma série de perguntas. Perguntou se nós confundimos a direcção com todos os restantes e membros do Partido Socialista e os partidos dá direita. Sr. Deputado, todas estas questões estão esclarecidas no documento do Comité central do meu partido e nós teremos todo o prazer em lho entregar durante o intervalo.

Mas, rapidamente, eu quero dizer-lhe que não é assim. O Sr. Deputado reparou até, com certeza, que não englobámos nem responsabilizámos toda a direcção do Partido socialista, antes falámos do grupo dirigente do Partido Socialista, exactamente com essa preocupação.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Muito obrigado!

O Orador: - Evidentemente que, ao fazê-lo, temos a intenção de distinguir entre este grupo dirigente, que é o mais responsável por esta política, e os militantes do Partido Socialista. Também é evidente que não estabelecemos um sinal de igual, apesar de toda a crítica que fizemos ao grupo de dirigentes do Partido Socialista, entre o Partido Socialista e a direita. E os próprios Srs. Deputados do Partido Socialista reconhecem que no PS há muitas contradições internas e que é um partido de tipo muito especial onde há diversos tipos de tendências.

O Sr. Aires Rodrigues (Indep.): - Posso interromper?

O Orador: - Eu não vou estabelecer porá si, Sr. Deputado Aires Rodrigues, uma excepção, em-