acorrer maciçamente às umas. Ora, nós entendemos três coisas:

Em primeiro lugar, nós entendemos que nas eleições autarquias lote a ausência da unção dos meios de comunicação social que estão em causa permitirá que as listas locais se empenhem numa campanha junto dos .seus eleitores imediatos e que possam, essas ciar, provocar uma afluência muito maior às eleições do que descansar, mais ou menos amamente, na intervenção dos lideres nacionais dos partidos - e era isso, evidentemente, que iria

acontecer se houvesse acesso à rádio e à televisão.

Em segundo lugar, nós pensamos que, tendo as eleições um escapo objectivo que é a defesa dos interesses locais, é evidente que as campanhas eleitorais serão em grande parte diversificadas.

Em terceiro lugar, nós pensamos que, havendo listas que não são .patrocinadas .nem por partidos nem por coligações de partidos, ou outras listas de cidadãos que há por aí, essas listas ficariam colocadas numa

tremenda desvantage m face ,aos partidos políticos, por três motivos:

1.º Porque não estavam individualizadas por uma sigla;

2.º Porque a campainha ia ser festa ao nível das grandes opções nacionais;

3.º Porque seria impossível dar a palavra, na televisão - a não ser num monocórdico e constante filme contínuo que ninguém ou visse nem assistisse -, a todas essas listas de juntas de freguesia e assembleias de freguesia que se apresentam em Portugal em nome de umm grupo de cidadãos ou em nome da bandeira da defesa dos interesses locais.

O Sr. Deputado Amaro da Costa disse que seria conveniente -.por todos os motivos lhe faço justiça utilizar a televisão para pôr ao povo português as opções dos diversos partidos em relação aos problemas da competência das autarquias locais.

Acontece que essas listas de cidadãos de que eu falo se me permite ostra previsão e essa previsão parece-me segura- não vão discutir esses problemas nacionais. Vão pôr aos cidadãos concretos de uma circunscrição concreta esta questão puna e simples: se deseja o u não deseja que os cidadãos resolvam este ou aquele problema concreto de uma certa e determinada maneira.

Eu ouvi, por exemplo, vários Srs. Deputados - e em algumas propostas que o CDS e o PSD fizeram vinham elementos sobre isso - falar num alargamento da competência, como poderes sobre os cemitérios, etc.

Há uma última questão que é a questão da maioria de esquerda. O Sr. Deputado Acácio Barreiros já falou na maioria de esquerda.

O Sr. Acácio Barreiros (UDP): - " Chamada".

O Orador: - Na chamada maioria de esquerda.

Lembra-me, ao ouvir o Sr. Deputado Acácio Barreiros, a célebre expressão de urra antecessor do Sr. Deputado, que era o "conselheiro Pacheco", e que, sentado nas cadeiras do Palácio de S. Bento, fazia luz enquanto o País dormia.

Simplesmente não se trata da chamada maioria de esquerda ou do conselheiro Pacheco; trata-se então de os Deputados dos diversos partidos votarem aqui o que entendem, com motivações muitas vezes convergentes ou com motivações divergentes. E se não fosse assim, o Sr. Deputado Amaro da Costa ver-se-ia muito embaraçado em explicar ao seu eleitorado as votações convergentes que tem feito com a UDP.

O último ponto diz respeito a, isto: já assistimos a uma referência impensável de um Sr. Deputado em relação à possibilidade de um Governo conjunto com o PCP. E agora o Sr. Deputado Amaro da Costa, dizendo que não compreende que nenhum partido que está na oposição possa votar contra esta proposta, acaba de fazer ,também um namoro a todos os partidos que estão na oposição, sem. excluir nenhum. E ninguém vai dizer ao Sr. Deputado Amaro da Costa que quer fazer nina maioria do que quer que seja e unicamente procura defender os seus pontos de vista, com o brilho habitual - e por isso o felicito.

Lamento não poder acompanhá-lo e apenas o critiquei em termos cordiais, como sempre faço nesta Sala.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Amaro da Costa para um pedido de esclarecimento.

autarquias.

Eu não seria tão cruel, mas lembrar-lhe-ei o seguinte: é que estes períodos eleitorais a que se refere o artigo dizem somente respeito àqueles períodos em que apenas intervêm partidos políticos.

O Sr. Rui Pena (CDS): - Onde a lei não distingue ...