estão certas no seu desígnio essencial. Mas não se olvide que o Governo é responsável politicamente perante a Assembleia, nem se leve longe de mais a exploração de não haver apenas uma, mas várias oposições. Não se queira de igual modo copiar até ao fim a triste experiência de Weimar, que desembocou na terrível tragédia hitleriana.

O sistema de governo português chamemos-lhe quase presidencial ou quase. Parlamentar há-de depender basicamente da prática política das democratas que o interpretem e vivam. Os sociais-democratas estão na firme disposição de se oporem quer às omissões quer às acções que reputem contrárias ao espírito da Constituição é à própria viabilidade da estabilização da democracia em Portugal.

O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Estamos abertos à cooperação com os partidas democráticos que aceitarem as opções fundamentais inscritas na Constituição.

Não somos dos que na fase constituinte denegriam a obra colectiva a elaborar, considerando-a como reaccionária, para agora se erigirem nos seus mais entusiásticos defensores ...

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... nem tão-pouco somos daqueles que votaram contra a aprovação da Constituição, para agora, pretendendo ser sempre correctos, concordarem com as suas linhas fundamentais.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Acreditamos no futuro democrático de Portugal, mas não toleraremos que a incompetência, a vaidade ou o egoísmo voltem a fazer cair este país nas (trevas donde saiu em 25 de Abril de 1974.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Herlânder Estrela, praia um pedido de esclarecimento.

pudesse quantificar os aspectos dessa mesma crise.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Pena, também para pedidos de esclarecimento.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Lucas Pires (CDS): - O Sr.. Presidente dá-me licença?

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

O Sr. Lucas )Pires (CDS): - Eu queria também fazer um pequeno pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Rui Machete, em complemento do pedido de esclarecimento feito pelo meu colega Rui Pena, e que se reporta ao seguinte: se, o Sr. Deputado, ao dizer que nós votámos contra a Constituição, considera que, no momento em que nós aqui votámos, o fizemos contra um texto proposto para ser Constituição ou se nós votámos. contra um texto já com força imperativa e carácter jurídico. Eu gostava que me esclarecesse sobre este problema, que me parece fundamental.

O Sr. ]Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Machete, para responder, se assim o entender.

O Sr. Rui Machete (PS,D): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cabe-me., em primeiro lugar e com muito prazer, responder ao Sr. Deputado Herlânder Estrela. Quero dizer-lhe que são o próprio primeiro-ministro e o Ministro das Finanças que, em algumas das suas declarações públicas, têm falado em risco do colapso económico. Não é, portanto, exclusiva posição do meu partido reconhecer que nós estamos face a uma situação económica extremamente difícil. E bem desejaria que houvesse, efectivamente, par parte do Governo actualmente em funções, a capacidade de debelar a crise, tomando as medidas que a situação impõe. A verdade é que, apesar de os elementos fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Governo serem praticamente inexistentes, a verdade é que nós continuamos a não ter, infelizmente, sintomas que permitam o optimismo revelado pelo Sr. Deputado. Prouvera a Deus que, efectivamente, fosse verificado.

Posso dizer, a título de exemplo, que a nossa dívida externa ultrapassa neste momento os 95 milhões de contos, o deficit cambial oscila, diariamente, entre