O Orador: - Basta consultar o Diário da Assembleia da República. Está lá, Sr. Deputado, foi donde eu o transcrevi.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Leia, Sr. Deputado.

O Orador: - Quanto a não existir uma única. crítica, de sectores, à direita do Partido Socialista, o Sr. Deputado Vital Moreira provavelmente não terá ouvido, com a devida, atenção, vários discursos que aqui foram proferidos por Deputados do Partido Popular Democrático e Deputados do Centro Democrático Social, que se em alguns aspectos concordavam com medidas do Ministro Sottomayor Cardia, , noutros também o criticavam e punham em causa as suai medidas.

Unia voz do 1PCIP: - E o Barricada?

O Orador: - Não tenho nada a ver com o Barricada.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - São os apoiantes sensatos do Sr. Ministro!

O Orador: - Repito que não tenho nada a ver com as posições do Barricada. A orientação do Barricada é do Barricada, ele que responda, não tenho de me referir a esse aspecto.

Quanto ao facto de o Sr. Deputado Vital Moreira vir dizer que o Sr. Ministro da Educação e Cultura responde por interposta pessoa, também queria responder que não há qualquer resposta por interposta pessoa. A responsabilidade deste discurso é única e exclusivamente minha e sou eu única e exclusivamente o responsável pelo que aqui se diz, e o Ministro da Educação e Cultura nada tem a ver com este discurso.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Nem com a Assembleia, porque nem cá aparece.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - É falso!

O Orador: - ... e disseram-lhe que as 12 000 vagas que existiam estavam na posse delas e que fariam elas as nomeações. E foi ainda na sequência destes

acontecimentos que as comissões de luta foram instaladas no Ministério da Educação e Cultura e passaram a fazer as nomeações, despendendo com elas cerca de 3000 contos do Orçamento Geral do Estado.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Pagos pelo Secretário de Estado do PS ao MRPP! ...

O Orador: - É, portanto, ao trabalho dessas comissões de luta e a quem referendou esse trabalho que eu me refiro.

Quanto ao ter-me sido perguntado se eu ignorava a posição do Partido Comunista Português face ao decreto-lei n.º 672/76, de facto não ignoro uma posição timidamente tomada e publicada em alguns órgãos da comunicação social algumas semanas após a manifestação que se realizou à porta do Ministério da Educação. Mas também não ignorei, e tão-pouco deixei de interpretar, o silêncio do Partido Comunista Português até essa altura, tentando saber o que quereria dizer com esse mesmo silêncio.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que pediu a palavra, Sr. Deputado Vital Moreira?

O Sr. Vital Moreira (FCP): - Para apresentar um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - O Sr. Deputado continua a insistir na insinuação de que as colocações, as comissões de luta e o dinheiro gasto têm alguma coisa a ver com o PCP. Eu devo dizer, insistir e protestar que as comissões de luta foram uma forma oportunista liderada pelo MRPP com a conivência do Secretário de Estado da Administração Escolar, que lhe entregou dezenas de milhares de contos do erário público para, paralelamente às estruturas sindicais dos professores e às estruturas normais do Ministério, boicotar a colocação.

A responsabilidade de todos os vícios da colocação que o Sr. Deputado invocou não são da responsabilidade nem do PCP, nem de qualquer organização em que o PCP tenha tido participação. São da responsabilidade das estruturas apadrinhadas pelo Secretário de Estado da Administração Escolar, lideradas pelo grupo oportunista e provocatório do MRPP, a quem foram entregues dezenas de milhares de contos.

O Sr. Nuno Godinho(r) de Matos (PS): - Sr. Deputado ...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Godinho de Matos, qual é a inovação agora?

O Sr. Nuno Godinho de Matos (:PS): - É só para um esclarecimento em relação ao protesto formulado pelo Sr. Deputado Vital Moreira.

O Sr. Presidente: - Não, não, tenha paciência; protestos e contraprotestos acabaram.