O Sr. Presidente: - Queira continuar, Sr. Deputado Acácio Barreiros, mas peço-lhe que tenha em consideração o decoro e a cortesia devida aos seus colegas e que as imunidades poderão não ser tão amplas.

O Orador: - E mais ainda: a UDP não se perturba com aplausos, venham eles donde vierem, porque também respondemos pela nossa actuação.

Queremos só recordar que já por duas vezes a União Democrática Popular desafiou o Sr. Cunhal para - um debate público, em que nós demonstraremos, por provas concretas, que esta bancada burguesa e a direcção burguesa do chamado PCP nada têm a ver com o velho Partido Comunista Português de José Gregário, Bento Gonçalves, Catarina Eufémia e Militão Ribeiro.

Vozes d(r) IfºC1P: - Provocador! Fascista!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado: V. Ex.ª não está a formular nenhum protesto.

Atenção, Sr. Deputado Acácio Barreiros e colegas da bancada do Partido Comunista, que vejo muito excitados.

O Sr. Deputado Acácio Barreiros deve formular um protesto contra alguma irregularidade, contra algum abuso, e não pode estar a fazer esse tipo de intervenção.

Se assim continua, tiro-lhe a palavra.

O Orador: - Dá-me licença, Sr. Presidente?

Eu penso que estou a formular um protesto à volta de acusações que foram feitas .por alguém que, aqui nesta Sala, se disse comunista e fascista e de quem eu bem conheço as visitas a Belém, antes do 25 de Abril.

Ainda queria dizer que é só para não perturbar constantemente esta reunião que eu, em memória do Partido Comunista Português, não protesto de nada vez que estes senhores dizem PCP.

Se eles não estão de acordo que eu diga Partido do Dr. Cunhal...

Umas voz do ler: - Provocador!

O Orador: - ... já estou farto de dizer que não é por se iterem legalizado no notário com esse nome que levantaram a bandeira do Partido Comunista Português.

O Ser. Presidente: - Legalizaram-se no Supremo Tribunal de Justiça, Sr. Deputado, e não no notário.

O Sr. Akro9m Inglês (PCP): - Isto não pode continuar assim ...

O Sr. Presidente:- V. Ex.ª, Sr. Deputado Aboim Inglês, diz que não pode continuar assim. Eu estou perfeitamente de acordo. Mas quando V. Ex.ª diz que isto não pode continuar assim, refere-se a quê? A indisciplina generalizada que se verifica?

O Sr. Aboim Inglês (FCP): - As provocações e insultos injuriosos que se estão a fazer a esta bancada, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: - Eu não me pronuncio sobre a armação que acaba de ser feita. Podarei pessoalmente estas de acordo com ela, mas V. Ex.ª tem :outros meios, até mecanismos legais, para proceder contra aquilo que considera uma injúria ao seu partido.

Protestos do Sr. Deputado Vital Moreira.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Vital Moreira: Tenha paciência, tenha calma. Ates de si inscreveu-se o Ser. Deputado Carlos Robalo.

Além do mais, não sei para que efeito pediu a palavra, 6r. Deputado.

O Sr. Vital Moreira (PC'P): - Sr. Presidente: Invoco o direito de defesa, porque fui atacado pessoalmente.

O Sr. Presidente- - Terá a devida oportunidade, Sr. Deputado, 'até porque V. Ex.ª com estes minutos poderá ainda acalmar mais e fazer depois uma intervenção de outro tipo.

Protestos do PCP.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Se alguém está nervoso é o Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: É a .mim que compete dirigir os ,trabalhos.

Neste momento tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo.

Um deputado do PCP pretende interromper o orador.

Sr. Deputado, tenha calma.

Eu diria que estes Deputados, o que logicamente se alargaria a bodos os Deputados que .respeitam a vontade do povo e que não respeitam só a vontade do seu povo, se deveriam sentia ofendidos por essas ofensas. E mais ainda: penso que é uma ofensa muito mais grave do que chamar ao Partido comunista Português partido do Dr. Cunhal, porque em opinião pessoal até poderia interpretar isso como uma homenagem a um antifascista e português de alta estirpe.

O Sr. Presidente--Sr. Deputada Vital Moreira: Creio que tinha razão ao dizer-lhe que V. Ex.ª agora