mento que engloba milhares de agricultores possa ter apenas alguns representantes nos concelhos. Espero ter respondido cabalmente ao Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Faria (CDS): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pede a palavra para que efeito?

O Sr. Carlos Faria (CDS): - Para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Faria (CDS): - Queria fazer um protesto quanto à ignorância em que me quis pôr o Sr. Deputado. No entanto, agradeço-lhe o ter referido que pertencemos à mesma Comissão, mas lamento que tanta mentira seja dita em tão pouco tempo, porquanto o Sr. Deputado já foi convidado por mim a visitar um dos distritos que focou. Quando quiser estarei à disposição do Sr. Deputado para in loco poder então ver...

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - Ele é de lá.

O Orador: - Talvez tenha sido exportado.

Aí poderá então verificar qual é a realidade daquilo que afirma, pois, quando o Sr. Deputado afirma a nossa ligação à CAP, quero dizer-lhe que não, mas um não com maiúscula. O que é verdade é que o nosso partido defende, sim, a justiça, defende os ideais e atitudes da CAP quando estiverem toem, não os defende quando estiverem mal.

Quanto ao nosso cariz não progressista, que me apontou pessoalmente, quero dizer-lhe que sou pelo progresso, mas ,não sou pela sua progressividade de miséria,

É este o protesto que queria fazer.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Victor Louro deseja fazer um contraprotesto?

O Sr. Victor Louro (PCP): - Não, Sr. Presidente. Não pretendo entrar no jogo dos protestos e contraprotestos. Queria apenas dirigir um pedido ao Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Victor Louro (PCP): - As palavras do Sr. Deputado valem por elas próprias, não precisam de contraprotesto.

Queria pedir-lhe, Sr. Presidente, que através dos serviços de apoio da Assembleia se fizesse uma fotocópia desta informação do MAP para que o Sr. Deputado deixasse de lavrar em erro.

O Sr. Presidente: - Quero chamar a atenção dos Srs. Deputados para as expressões que se estão a usar nesta Câmara e que, segundo o meu modo de ver, não são inteiramente correctas. Não se pode chamar mentiroso a um Deputado ou dizer que ele cometeu um erro grosseiro. Acho que há muitas maneiras de se dizerem tais coisas sem utilizar esta linguagem.

Os Srs. Deputados continuam a reincidir e eu também continuarei a fazer o mesmo chamando a vossa atenção para isso sempre que for necessário.

Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Roriz.

nda maiores. Porque não basta, hoje, que uma clara perspectiva de conjunto da actividade possa orientar os que nela situam a sua capacidade de trabalho e iniciativa. Nos novos contornos da nova economia portuguesa, decorrentes das .nacionalizações operadas em amplos estratos da actividade industrial, levanta-se a necessidade de se utilizar a planificação a que nos vimos reportando para prevenir e evitar o perigo de as empresas nacionalizadas provocarem, ainda que por inadvertência, o esmagamento de pequenas e médias empresas, ou de entre estas e aquelas se estabelecerem focos de disputa que ultrapassem a bitola legítima da livre concorrência, que naturalmente tem limites balizados pelo interesse colectivo.

Será este um perigo utópico, filho de locubrações demasiado pessimistas?

Trago-lhes aqui, Sr. Presidente e Srs. Deputados, exemplo concreto de uma situação que confirma aquele risco, respondendo, portanto, a essa eventual dúvida.

No sector têxtil da Região Noite cerca de 15000 postos de trabalho dependem da fabricação de cobertores.

Tradicionalmente esse ramo de actividade regista níveis de produção excedentários, agravados ultimamente pela perda de um dos seus maiores mercados habituais, que eram as ex-colónias.

Só nos últimos dois anos, com a introdução no mercado de compra de algumas centenas de milhares de retornados e do aumento momentâneo de capacidade aquisitiva por parte de alguns estratos sociais, a carência de mercado veio a ser suprida, sem que no entanto seja realista calcular que em contexto estabilizado no futuro próximo o saldo da produção daquele artigo venha a situar-se em plano não excedentário.

Estamos, assim, em presença de um ramo da actividade têxtil que não deveria suscitar outras