O Sr. Cunha Simões (CDS): - Os papagaios é que se enganam sempre!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, com franqueza, transformar .isto numa gaiola!

Vamos lá a acabar com os papagaios! O Sr. Deputado Victor Louro faz o favor de continuar no uso da palavra. O Sr. Deputado Cunha Simões guarda o seu papagaio, para o levar para casa...

O Sr. Presidente: - ... e vamos continuar os nossos trabalhos sem papagaios, porque papagaios somos nós fados um pouco.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Não admira, Sr. Presidente, porque, os pasquis reaccionários há um ano também me transformaram em papagaio.

O Sr. Carlos Brito (POP): - Se calhar estão ali os autores!...

O Orador: - Estão ali alguns autores possivelmente, como lembra o meu camarada Carlos Brito, dos pasquins reaccionários que há um ano me figuraram como papagaio.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não esteja aborrecido, porque eu também tenho cada pasquim!... Ainda hoje recebi um. É raro o dia em que não recebo pasquins a chamar-me muito pior do que papagaio. Se fosse só papagaio, ficava muito contente.

Não se preocupe com isso, Sr. Deputado.

O Orador: - Deseja responder à terceira questão que me foi posta pelo PSD, quanto ao projecto de lei que o próprio PSD anda a elaborar. Pois nós lamentamos essa lentidão, porque, de andar a elaborar em andar a elaborar, o facto é que a colonia continua a existir e o que nós pretendemos é que a colonia seja efectivamente extinta. Se :nós conseguimos elaborar o projecto mais rapidamente, também creio que isso não é sinal para se sentirem magoados e devem juntar os vossos esforços aos nossos para extinguirmos a colonia.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Monteiro de Andrade.

O Sr. Monteiro de Andrade (PSD): - Sr. Presidente: Eu tinha pedido a palavra para um protesto aquando das afirmações proferidas pelo Sr. Deputado Victor Louro em resposta ao meu colega Deputado Sérvulo Correia.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

O Sr. Monteiro de Andrade (PSD): - Disse nessa altura o Sr. Deputado Victor Louro que o que se tinha passado na Comissão de Agricultura e Pescas era que a proposta para fazer baixar à discussão pública, pedindo também parecer à Assembleia e ao Governo Regional da Madeira o documento sobre a extinção da colonia tinha sido feita pelo seu colega de bancada Deputado Custódio Gingão. Não é correcto, pois não foi isso que se .passou. O ,que se passou foi por sugestão nossa, minha pessoalmente. Entendíamos que esse documento devia ter a participação das populações da Madeira e dos seus representantes na Assembleia Regional. Depois do consenso generalizado da Comissão, entendeu a Mesa da Comissão fazer essa mesma proposta. Portanto não foi o Sr. Deputado Custódio Gingão que a fez, mas sim a Mesa, por sugestão mossa.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Muito bem!

O Sr. Victor Louro (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, vai protestar contra o protesto que foi feito ;por causa do protesto do Sr. Deputado Sérvulo Correia? Que grande trapalhada, que agora se armou! Não estou a perceber coisa nenhuma. Mas, enfim, seja tudo por conta dos meus pecados! Espero que o panfleto que eu vou receber amanhã não se refira a isso.

O Sr. Victor (Louro (PCP): - Não será nenhuma trapalhada. Na realidade os meus colegas do PSD e do CDS fizeram várias críticas, no sentido de que o projecto não podia alcançar sem se ouvir o povo da Madeira e os órgãos de poder da Madeira. Bom! Até ai tudo certo. De resto era óbvio, porque a Constituição assim o manda. Portanto nem sequer era problema. Perante tudo isso o meu camarada Custódio Gingão formalizou a proposta de o projecto de lei ser enviado aos órgãos regionais da Madeira.

O Sr. Monteiro de Andrade (PSD): - Falso!

O Orador. - Mas quem efectivamente fez a proposta de pôr à discussão pública e de estipular o prazo de quarenta e cinco dias foi a Mesa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Custódio Gingão, diga de sua justiça.

O Sr. Custódio Gingão (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É também para formular um protesto contra o Sr. Deputado Monteiro de Andrade, porque não posso :permitir, nem a ele nem a ninguém, que venham aqui a esta Assembleia ou a outro local qualquer dizer que eu não apresentei a ideia de que o passo projecto de lei devia ir à Assembleia Regional. Fui eu