cular apenas o ponto de vista de cada ouvinte. São finalmente os que entendem que deveríamos fazer censura ou escamotear acontecimentos.

Vozes do PS: - Muito bem!

Uma voz do PSD: - É o que se faz!

Protestos do PSD.

A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Um escudo por dia para aumentar a minoria!

O Orador: - É pema que a rádio não dê conta do individismo de certos Deputados.

O voto de protesto não esclarece que termina a fiscalização degradante que permita vasculhar as casas de cada um em busca de aparelhos de rádio.

Com o novo sistema de taxas cada família pode ter e usar os receptores que desejar e entender e nem sequer os milhares e milhares de aparelhos alimentados a pilhas são alvo de qualquer tributação suplementar.

É evidente que nem tudo é perfeito na RDP, mas quanto mais se retardar a solução deste problema, mais se empurrará a Radiodifusão Portuguesa para a situação degradante de estar à mercê de decisões estatais quanto ao seu orçamento, condição básica para uma independência que todos desejamos e apesar de tudo temos conseguido.

Não me permite o tempo regimental, Sr. Presidente e Srs. Deputados, aduzir toda a argumentação que é possível apresentar; e vai ficar à disposição da Assembleia, mas estou cento de que a grande maioria do povo po rtuguês aceitará a modesta contribuição que se lhe pede, tendo em visita que, seja qual for a forma de cobrança, tudo o que usufruirmos tem de ser pago. Logo, seria preferível a contribuição directa e não a que derive da vontade dos que sempre têm a tentação do domínio.

E tenho a certeza de que quase todos os Deputados aqui presentes reconhecem que o voto de protesto apresentado é oportunista, inconsequente e mal fundamentado...

Vozes do PSD: - Não apoiado!

O Orador: - ... e apenas terá aprovação por parte dos que tiverem de agir em ondeei à disciplina partidária, algumas vezes violentadora da consciência ndividual.

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Sr. Presidente, eu peço a palavra para formular um protesto, que nada tem a ver com a declaração de voto que, nos termos regimentais, o meu partido pode fazer, mas...

O Sr. Presidente: - ...mas sou eu que lhe digo, Sr. Deputado: aguarde que lhe conceda a palavra, porque ainda não lha concedi.

Queira formular o seu protesto.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra exclusivamente para um protesto, pelas seguintes razões: em primeiro lugar, porque o Sr. Deputado Igrejas Caeiro começou por falar em demagogia e, quanto a demagogia, deu aqui um magnífico exemplo.

Aplausos do PSD e protestos do PS.

Eu diria mesmo mais: um dos raros exemplos da mais descabelada demagogia que se tem feito aqui nos últimos dias ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - ... tanto mais que ...

O Sr. Presidente:- Dá-me licença, Sr. Deputado Pedro Roseta?

Como o Sr. Deputado sabe, todos nós, e eu próprio, temos muito gosto em ouvi-lo, mas peço-lhe o obséquio de formular o seu protesto. E mais lhe peço, se me permitis, o que, aliás, faço dada a consideração pessoal que tenho por si e que creio é retribuída, que formule o seu protesto em termos de ele não merecer um contraprotesto.

O Orador: - Sr. Presidente, a culpa não foi minha, mas só do tempo excessivo que o Sr. Deputado Igrejas Caeiro levou como também dos termos que utilizou.

Em segundo lugar, para além dessa demagogia paciente, esta circunstância espantosa: é que o Sr. Deputado Igrejas Caeiro limitou-se a fazer processos de intenção e sobre o fundo da questão nada disse.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - Portanto, tenho de deixar aqui desde já o meu protesto, porque o nosso voto era no sentido de que se trata da criação inconstitucional de um imposto...

Vozes do PSD: - Muito 'bem!