ta se acaso houver uma maioria de Deputados nesta Assembleia que não lha saiba dar.

O Sr. Macedo Pereira (CDS): - Esquecem-se do COPCON.

O Sr. Presidente: - Queira responder, Sr. Deputado Oliveira Dias, se assim o entender.

O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Sr. Deputado Aboim Inglês, eu ouvi com atenção com atenção as suas considerações e a sua, pergunta, tendo falado da necessidade e da nossa preocupação para construir o futuro e que este seja construído pelos trabalhadores.

Quero dizer-lhe que partilhamos inteiramente da sua opinião, e mais, respeitamos inteiramente o direito que têm os trabalhadores portugueses de optar politicamente por qualquer partido político legitimamente em acção no nosso país. Portanto, não creio que, digamos a população activa portuguesa se circunscreva aos 800 000 votos que teve o Partido Comunista e que, portanto, há muitos trabalhadores que, por razões que v. Ex.ª considerará de qualquer outra maneira, mas que eu considero ser o exercício de uma liberdade legítima, votaram em partidos diferentes do seu.

Quanto à sua pergunta, receio não ter sido claro. Evidentemente que temos presentes as ameaças à democracia portuguesa que nos preocupam e que nos levaram até a apresentar este projecto de lei.

Risos do PCP.

Eu não percebo porque é que se riem!...

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É um liberdade regimental, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - É uma liberdade cívica, Sr. Deputado.

Aplausos do CDS.

O Sr. Macedo Pereira (CDS): - Então e o COPCON? O COPCON é que é uma pena...

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Onde é que o Sr. Deputado estava antes do 25 de Abril?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Macedo Pereira, desculpe, mas não é habitual esse comportamento em V. Ex.ª

Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Carmelinda Pereira, para uma intervenção.

A Sr.ª Carmelinda Pereira (Indep.): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estão em discussão nesta Assembleia três projectos de lei que têm como objectivo, segundo os seus proponentes, defender a democracia, impedir as organizações fascistas.

Defender a democracia, impedir as organizações fascistas, afirmam nos seus projectos os Srs. Deputados do CDS e do PPD/PSD!

«Defender o Estado democrático dos seus inimigos potenciais organizados», afirma o projecto' do PPD/PSD!

«São inimigos da democracia as organizações de ideologia 'totalitária», afirma o CDS!

Sr. Presidente, Srs. Deputados: A quem estavam ligados os elementos destas duas forças políticas durante o regime de Salazar e Caetano? O regime fascista de Salazar e Caetano foi uma forma de dominação que permitiu à burguesia portuguesa manter e desenvolver os seus grupos, económicos, manter um império colonial, através do qual ela mantinha os seus mercados internacionais; tudo isto à custa da exploração e da opressão mais desenfreada das massas trabalhadoras...

Protestos do Sr. Deputado Macedo Pereira (CDS).

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Macedo Pereira, custa-me muito ter que interromper a oradora e ter que o advertir pela segunda vez, mas V. Ex.ª não nos tinha habituado a esse tipo de atitudes, nem a sua bancada nos habituou a esse tipo de interrupções.

Queira continuar, Sr.ª Deputada.

O Sr. Macedo Pereira (CDS): -Foi um aparte, Sr. Presidente.

A Oradora: - Muito obrigada, Sr. Presidente.

Dizia eu que tudo (isto fora à custa da exploração e da opressão mais desenfreada das massas trabalhadoras, de perseguições, cadeia, tortura e até a morte de militantes que se opunham, tudo isto através da esmagadora maioria da população, obrigada a deixar partir os seus filhos para uma guerra contra povos africanos e a sustentar com o seu suor as despesas da mesma guerra.

A base de apoio do PPD/PSD e do CDS é essa burguesia, são os capitalistas e latifundiários, são os mesmos que foram os pilares do regime de Salazar e Caetano.

Risos do PSD.

E são estas forças políticas que vêm agora propor a esta Assembleia projectos de defesa da democracia contra o fascismo e o totalitarismo. São estas forças políticas que atacam e ameaçam os trabalhadores nos locais de trabalho, que são contra as conquistas de Abril, as nacionalizações, a ocupação das herdades dos latifundiários, as comissões de trabalhadores, que exigem a aplicação rigorosa de leis e até a sua modificação para pior ainda, como há poucos dias o defendeu a CIP, leis que atiraram para o