O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Godinho para uma intervenção.

O Sr. Mendes Godinho (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na passada sexta-feira, dia 25 de Novembro, quando vinha do trabalho e em plena via pública, o nosso camarada Nuno de Carvalho, militante do PS de Rio Maior e candidato a deputado a esta Assembleia pelo distrito de Santarém, foi abordado por três provocadores que, armados de navalha e moca, o agrediram, tendo o Nuno de Carvalho recebido tratamento hospitalar aos ferimentos recebidos. Valeu na ocasião a intervenção da GNR local, que prendeu um dos agressores e pôs os outros dois em fuga. Aliás o energúmeno preso, talvez por ser rico ou por ser pessoa influente local, foi solto a caminho do posto. Trata-se de um dos elementos que organizou o primeiro encontro do MIRN em Rio Maior.

Este ataque, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não aparece por acaso. Este ataque e esta provocação a um cidadão publicamente reconhecido como um militante destacado de um partido de esquerda, e para mais do partido do Governo, é, antes de tudo, o tentar apalpar o pulso, pelos reaccionários e pelos fascistas, das forças da democracia e das instituições democráticas...

Uma voz do PS: - Muito bom!

O Orador: - ..., é antes de tudo, tentar iludir todo o povo, já que qualquer fascista, como antigamente pode provocar e agredir impunemente qualquer cidadão sem sofrer qualquer consequência. Este ataque é para mostrar ao povo que a lei da selva, da prepotência dos fortes sobre os fracos, como era próprio do regime anterior, já voltou. É tentar que o povo desmobilize da sua luta pela democracia, pela paz e por uma vida melhor.

Vozes do PS: - Muito bem!

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estas são as armas dos socialistas. São as armas com que responderemos às mocas e às navalhas. Os socialistas saber bem que só é derrotado quem deixa de lutar. Os socialistas nunca deixarão de lutar pela democracia e pelo socialismo. Por isso os reaccionários que agrediram o Nuno de Carvalho enganaram-se bem ao pensar que deitavam abaixo o PS. Aliás ser míope é uma característica fundamental de todos os reaccionários e fascistas.

A direita reaccionária toma normalmente Rio Maior como a sua capital, confundindo a tolerância do povo com o assentimento. Nada mais grave. O povo de Rio Maior, como a esmagadora maioria do povo ribatejano, é bem democrático e, ainda mais, é socialista, como o tem demonstrado em sucessivas eleições.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É uma ofensa, pois, ao povo de Rio Maior a actuação destes mentecaptos e primários, que existem infelizmente por todas as terras, assim como não podemos deixar de referir a infeliz actuação, neste caso, das forças da ordem locais.

Aplausos do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Gabriel da Frada.

O Sr. Gabriel da Frada (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uma democracia só é verdadeiramente sólida quando consegue suportar um volume crescente 'de informação de qualidade. Aumentar esse volume é garantir-lhe uma maior possibilidade de evolução. Diminuir ou espartilhar a informação é sufocar a própria democracia. É nosso dever, portanto, se queremos fazer progredir a democracia, dar aos portugueses uma informação digna.

Não é, por certo, informação digna dos Portugueses aquela que visa a intoxicação da opinião pública, nega a necessidade de transformações profundas e se limita a tranquilizá-los, a lisonjear as suas vaidades e a alimentar perigosamente as suas ilusões.

Vozes do PSD: - Muito bom!

O Orador: - Que tem feito o Governo? Em vez de procurar explicar o papel que assume, esperanças, métodos e preocupações, impõe-nos, através do seu domínio sobre os órgãos de comunicação social estatizados, uma imagem deformada da problemática nacional.

Uma voz do PS: - Não apoiado!

O Orador: - É na informação aprofundada sobre os problemas da colectividade que reside a esperança da democracia. Uma política feita na casa do Primeiro-Ministro, longe da análise do povo a que se destina, representa mais passos perdidos na caminhada da nossa democracia.

Vozes do PS: - Não apoiado!

O Orador: - O Governo não tem por que ter medo do povo. E o povo português deseja uma política