por deliberação unânime da Mesa, vai proceder-se ao intervalo.
Protestos do PSD, especialmente do Sr. Deputado Magalhães Mota.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Magalhães Mota, V. Ex.ª mão costuma comportar-se dessa maneira. Tenho por si muito respeito e consideração.
O Sr. Magalhães Mote (PSD): - Nem V. Ex.ª costuma comportar-se dessa maneira.
O Sr. Presidente: - A Mesa deliberou, por unanimidade, conceder a palavra apenas neste momento para protestos porque se entende que o protesto deverá ser formulado imediatamente a seguir à intervenção que o justificou. Por isso pergunto ao Sr. Deputado Sérvulo Correia se quer usar da palavra a esse título. Se assim for, tenha a bondade.
O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Sr. Presidente, foi precisamente para um protesto que pedia a palavra a V. Ex.ª
Desejo protestar em primeiro lugar conto a forma como o Sr. Ministro Jorge Campinos usou da palavra neste momento porque não deu quaisquer respostas complementares como inicialmente afirmou ser sua intenção. O Sr. Ministro Jorge Campinos fez uma intervenção - e fez uma intervenção para a qual não estava devidamente inscrito. Portanto, protesto em primeiro lugar contra a inoportunidade da intervenção do Sr. Ministro.
O Sr. Cunha Rodrigues (PSD): - Muito bem!
posições muito diversas.
Concluirei por aqui o meu protesto.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, os tempos disponíveis são os seguintes: Governo, 161,5 minutos; PS, 135 minutos; PSD, 122 minutos; CDS, 129 minutos; PCP, 125 minutos; e UDP, 65 minutos.
Os nossos trabalhos recomeçarão às 15 horas e 30 minutos. Está suspensa a sessão.
Eram 13 horas e 30 minutos.
O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.
Eram 15 horas e 35 minutos.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lucas Pires para formular um pedido de esclarecimento.
O Sr. Lucas Pires (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Algumas das questões que desejava formular foram já aqui feitas pelo Sr. Deputado Sousa Franco, espero que o Sr. Ministro Jorge Campinos não interprete esta minha afirmação como uma tentativa de considerar mais uma maioria parlamentar flutuante. Para as questões que sobram e que vou formular peço desde já a generosidade habitual do Sr. Primeiro-Ministro. Questões essas que só vou pôr por entender que a democracia é uma oportunidade de encontro entre os homens anónimos e os homens históricos e até me vou permitir, para elevar um pouco a minha estatura diante do Sr. Dr. Mário Soares, citar Shakespeare, lembrando-lhe o que dizia um personagem deste autor: «Um homem é tudo aquilo que ganhou ou pendeu politicamente» e dizer que o Dr. Mário Soares é agora aqui perante - os meus olhos tudo aquilo que ganhou e perdeu politicamente durante estes meses que esteve à frente do Governo. É inteiramente nessa perspectiva, portanto, que tomo o Sr. Dr. Mário Soares e o Governo de que é Primeiro-Ministro.
Uma das questões que lhe desejava pôr é a seguinte: V. Ex.ª poderá distinguir, em tudo o que quis inventariar a favor da acção do Governo, aquilo que é mérito do 25 da Novembro, ou em geral do restabelecimento da ordem neste pais, e aquilo que é mérito específico do Partido Socialista? Nomeadamente em termos económicos, parece-me, quando ?& fala em crescimento, que grande parte desse crescimento é devido à extinção do Copcon e ide todos os instrumentos de sabotagem económica do gonçalvismo. Isso não é só mérito do Partido Socialista, é mérito de todas as forças democráticas e, sobretudo, naturalmente, das Forças Animadas.
O Sr. Herculano Pires (PS): - Sobretudo do PS.
O Orador: - Por outro lado, V. Ex.ª Sr. Primeiro-Ministro, comportou-se aqui coimo advogado de defesa do PS e é evidente, que a qualidade forense de V. Ex.ª nunca esteve nem poderia estar, em causa. São conhecidos tais méritos. No entanto o PS pertenceu a cinco dos seis governos provisórios, o PS foi o único governo constitucional até hoje, o PS votou favoravelmente todos os artigos da Constituição, o PS contou até hoje com aquilo que V. Ex.ª uma vez chamou no Conselho da Europa, estando eu presente, uma oposição não obstrucionista, o PS contou com um Presidente da República não incompreensivo, o PS contou com um considerável e quase estranho apoio dos americanos, nomeadamente, e agora, com a maioria de esquerda, provavelmente da outra grande potência mundial que é a União Soviética.
E afinal, depois de tudo isto, se tudo fica na mesma, como é que o País vai ficar melhor? Esta