antecipadas, não propunham apenas eleições gerais antecipadas, nem propunham apenas um governo de plataforma ou um governo de gestão que presidisse isentamente às eleições. Pediam também muito especificadamente, não sei se se recorda a suspensão de leis que acabavam de ser votadas.

Risos do CDS.

Finalmente, quanto à referência à nossa designação de centristas e democratas-cristãos, o esclarecimento é muito simples: desde a primeira hora que o CDS se considerou um partido centrista quanto ao método de actuação e um partido democrata-cristão quanto à ideologia e à doutrina em que se inspira, continuando, portanto, exactamente iguais, Sr. Deputado.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro

O Sr. Primeiro-Ministro: - Era somente para pedir um esclarecimento ao Sr. Deputado Freitas do Amaral.

Há pouco respondeu a uma pergunta de um deputado do PSD de uma maneira muito lacónica e disso pode deixar pairar uma suspeição nesta Assembleia. Respondeu com um «sim». Eu gostava que especificasse esse seu «sim» nas circunstâncias, no lugar, no como e no porquê.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Freitas do Amaral para responder.

O Sr. Freitas do Amaral(CDS): - Da melhor

O que eu quis dizer com o meu «sim» foi que efectivamente da parte do Governo e do PS houve uma proposta concreta no sentido de o CDS aceitar uma plataforma a dois, entre o CDS e o PS.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Barreiros.

O Sr. Ministro sem Pasta, Jorge Campinos, aguardará a intervenção do Sr. Deputado Acácio Barreiros.

O Sr. Ministro sem Pasta (Jorge Campinos): - Pedi a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sendo assim, queira fazê-lo, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro sem Pasta (Jorge Campinos): - É para protestar contra a afirmação feita há instantes pelo Sr. Deputado Freitas do Amaral.

O CDS propôs ao Governo e ao Partido Socialista um acordo bilateral, acrescentando ainda que o Partido Socialista deveria conduzir as negociações de maneira a levar o PSD à ruptura, dado que o PSD punha como ponto prévio, e contrariamente ao CDS, a questão da composição do Governo. Mais ainda: que nesse caso o CDS poderia considerar que havia ruptura da «convergência democrática» e que o CDS, contrariamente ao PSD, não via nenhum inconveniente na adesão do PCP a um acordo com o Governo, desde que esse acordo não fosse contrário ao acordo concluído entre o Governo, o Partido Socialista e o próprio CDS.

É esta a verdade. Confidência por confidência, eis também a nossa e também aí jogamos a nossa honra.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Freitas do Amaral.

O Sr. Freitas do Amaral(CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Creio que a questão se pode esclarecer de forma muito rápida e muito clara.

O Sr. Herculano Pires (PS): - Oxalá!

O Orador: - Quanto à questão do PCP, V. Ex.ª não revela a esta Câmara nada que não seja do conhecimento do País e consta da nossa contraproposta - está lá escrito.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - O que dissemos, aliás de acordo com um texto que também o PSD tinha publicado - salvo erro a sua proposta de agenda para as negociações, com o Governo -, é que não podíamos aceitar que entre os signatários da plataforma e terceiros se fizessem outros acordos que de algum modo pudessem contrariar ou afectar o sentido e o alcance da plataforma.

Foi isso que nós dissemos, é público, não tenho nada a retirar a isso. Foi isso que disse e é isso que mantenho.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Relativamente à sua interpretação quanto ao que nós poderíamos ter dito e à sua impressão de que nós poderíamos ter sugerido de que o PS deveria conduzir as negociações de forma a conseguir uma ruptura com o PSD, é fácil, logicamente, compreender, Sr. Ministro, que nós não dissemos isso nem podíamos ter dito, pois se o nosso objectivo fosse conseguir a ruptura entre o PS e o PSD, por que é que nós não teríamos assinado sozinhos a plataforma com o PS?

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Marques Mendes pediu a palavra. Tenha a bondade de me informar para que efeito é.

O Sr. Marques Mendes(PSD): - Era para formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Queira então fazê-lo, Sr. Deputado.