efectuar exclusões reciprocas entre os signatários do acordo.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Muito bem!

colocá-las, o Deputado Freitas do Amaral demonstrou por absurdo a justeza da linha política que tem sido seguida pelo meu partido. Por outro lado, o CDS não apresenta de facto no presente quadro parlamentar outra alternativa de governo e refugia-se na possibilidade de eleições gerais antecipadas sem assumir com toda a clareza o risco dessa opção. O CDS assegura empréstimos externos que impeçam uma ruptura cambial ate à formação de um novo governo eleito? O CDS responsabiliza-se pela paragem ao ritmo da actividade económica que tal decisão comporta? O CDS assume o risco que para o regime democrático representa mais esta eleição, em tão curto espaço de tempo, bem como a probabilidade de se não alterar o sistema das forças parlamentares, com o inerente sentimento de absurdo dai resultante em virtude dos meses gastos para nada? Ou o CDS, por motivos de mera ascensão eleitoral, não para salvar o país, mas para salvar o partido,...

Protestos do CDS.

O Orador: - ...pensa que numa nova campanha pode vir a ter mais votos que o PSD e ambos os partidos mais de 51 % e formarem uma coligação? Esta é a questão essencial, e só assim se explica que em matéria de eleições antecipadas o CDS tenha hoje a posição exacta que criticava ontem ao PCP.

do PS: - Muito bem!

O Orador: - O PS quer salvar o País. O CDS não duvido de que o pretenda também, mas a presente estratégia do CDS está certamente mais voltada para a salvação do partido do que para a salvação do País.

Aplausos do PS.

Protestos do CDS.

O Orador: - Aliás, quando ontem ouvimos o presidente do CDS expor as cinco razões que o levaram a não votar a favor do Governo, ficámos ião impressionados com a natureza da argumentação que supusemos que os motivos alegados fossem suficientes para impedir um voto contrario. As preocupações indicadas pelo CDS - não lançar o País num beco sem saída, impedir a formação de uma maioria de esquerda, evitar a ruptura financeira, não impedir a recuperação económica e não interromper a acção governativa deveriam apontar pelo menos no sentido da abstenção.

Risos do CDS.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Era o que querias!

O Orador: - A não ser essa a atitude do CDS é porque esse partido se situa já no campo da reclamação de eleições gerais antecipadas e nesse caso é porque o voto contra o Governo tem o sentido da reafirmação da sua disputa eleitoral não connosco mas com o PSD.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O CDS não estará então a pôr em causa o Governo, mas a tentar progredir na base de apoio de outro partido. O problema não nos atinge.

Risos do CDS.

O Sr. João Pulido (CDS): - AtÉ parece...

O Orador: - O Governo não receia ser confrontado com outros modelos. E é curioso notar que os partidos da oposição, que tanto- falam em competências mesmo no período mais fecundo da convergência PSD-CDS não tenham constituído um governo sombra.

O Sr. Freitas do Amaral (CDS): - Não se nota.

O Orador: - Assim como se regista o facto de que o PSD não critica o Governo, apontando exemplos escolhidos na gestão que tem feito nos Governos das regiões autónomas.

Sem alternativas reais no quadro desta Assembleia alguns desejariam que o Governo retirasse a moção de confiança, mas ela será mantida. O PS tem uma saída para a questão política, para o Governo e para os problemas económicos.

A democracia e Portugal não estão num impasse. A questão da confiança colocada pelo Governo, seja qual for o resultado da votação; clarificará a vida política. Aos que votarem pelo derrube do Governo e não apresentarem outra solução, demitindo-se das suas responsabilidades, cumprira explicar as razões da sua atitude. Este voto é um voto sobre o futuro, não é uma discussão centrada no passado. O Governo e o PS, que vieram a este debate apresentando claramente uma solução para o futuro, consideram que os problemas portugueses têm solução, e tem solução democrática. É na via do d iálogo e não da ruptura, é pelo consenso e não pela discórdia, é com serenidade e não com emoção,