lado da democracia portuguesa - representam para a direita um obstáculo intransponível para a realizarão das suas ambições no quadro do respeito da Constituição e das instituições democráticas.

A arrogância que nos últimos meses, a direita apresenta, as ameaças que brande, as intrigas que move as pressões ilegítimas em que se desdobra - sendo sinal da agressividade com que procura disfarçar o seu isolamento social, sendo ainda uma nova tentativa de chantagem sobre o PS, tão sobretudo a expressão do seu combate, agora aberto e frontal, contra o regime e as instituições democráticas consagradas na Constituição.

Aplausos do PCP.

irtude da sua política, pela gravíssima situação a que se chegou, mas o PPD, o CDS e toda a reacção...

Protestos do CDS.

.. não podem fugir ás suas responsabilidades...

O Sr. Cunha Simões (CDS): - Reaccionário e o Sr. Deputado!

O Orador - ... como pretenderam ao longo do debate, porque a política do Governo foi. nos pontos essenciais, aquela que eles exigiram, reclamaram, apontaram, apoiaram e aplaudiram.

Aplausos do PCP.

Não restando dúvidas de que os eixos fundamentais da política do Governo foram determinados em aliança com a direita, são em consequência também as próprias concepções da direita que estão hoje em julgamento quando se aprecia a situação económica financeira e social do Pais.

Não venham, pôs, hoje o PPD e o CDS falar candidamente de recuperação económica...

O Sr. Nandim de Carvalho (PSD): - Olhe que não!

O Orador: - ... oferecer-se como reserva de competências para a alcançar, porque está na memória dos trabalhadores e do povo o seu apoio a cada uma e a todas as medidas visando alterar violentamente as novas realidades económicas e sociais criadas pela Revolução e que são uma base indispensável para a recuperação económica do País.

Não venham, pois, hoje o PPD e o CDS chorar lágrimas de crocodilo perante as justas inquietações o preocupações dos Portugueses - a vertiginosa subida dos preços, a diminuição dos salários reais, o desemprego -, porque está na memória de todos a lembrança de que apoiaram a liberalização dos despedimentos a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, festejaram alegremente o 1.º pacote, inste símbolo de uma política orientada para o aumento do custo de vida, o crescimento do desemprego e a diminuição dos salários reais dois trabalhadores.

Não venham, pois, hoje o PPD e o CDS, fazendo ecoar nesta Assembleia a estratégia da CIP e da CAP, proclamar novamente que é preciso estabelecer (ainda mais!) a «confiança» do grande patronato reaccionário, isto é, não venham dizer que é necessário triplicar as indemnizações, intensificar ainda mais o; despedimentos e o desemprego, agravar as dificuldades e acelerar as falências de centenas de pequenas e medras empresas, colocar os d Mineiros públicos ao serviço da restauração do poder económico e político dos que sustentaram o fascismo.

Aplausos do PCP.

Apesar da negativa e dispensável experiência que o Portugal democrático tem vindo a fazer da teoria das cedências e da prática das alianças de facto com a direita, apesar de estar hoje completamente demarcado o carácter falso e ilusório de tais concepções, o Sr. Primeiro-Ministro voltou ontem a querer colocar o seu governo e o seu partido no «lugar geométrico» das contradições da sociedade portuguesa. Não disse, no entanto, qual o conteúdo concreto de tal posição, não disse contudo que síntese e que compromisso pensam o Governo e o PS fazer entre posições constitucionais e posições anticonstitucionais, entre respeito das novas realidades económicas e sociais construídas no curso da Revolução portuguesa e a intenção clara de as destruir, entre a defesa das instituições e do regime democrático e a conspiração contra o regime e as instituições democráticas.

A própria apresentação pelo Governo da moção de confiança e a situação que a tanto conduziu, ai estão pa ra demonstrar que a teoria das cedências, inspiradora da política do Governo PS, foi completamente derrotada pela vida e pela experiência.

Uma voz do PCP: - Muito bem!