aceitaria que o Sr. Deputado Acácio Barreiros me dissesse não esperava isso de si.
Aplausos do CDS.
Neste momento assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente António Arnaut.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres, certamente para um contraprotesto...
O Sr. António Guterres (PS): - Custa-me, sinceramente, recorrer à fórmula do contraprotesto para responder a esta intervenção, que considero perfeitamente normal e legitima e que não me faria recorrer a nenhum contraprotesto. De qualquer das formas, dado que ela foi feita como protesto, apresento a minha intervenção como contraprotesto.
O Sr. Deputado Amaro da Costa citou um conjunto de números de que não tenho conhecimento ou não sou, portanto, capaz de contestar ou de confirmar a validade interna desses números. Se na sua intervenção se esclarece que o CDS renuncia a uma estratégia de expansionismo imediato e adere às concepções do Governo, só posso felicitar-me.
Risos do CDS.
Em relação às questões da mobilização, é evidentemente o próprio conceito da mobilização ao valor nominal que está em causa, em nossa opinião, em termos de justiça relativa. Nós compreendemos que, a um partido que se afirma democrata-cristão, uma coisa que está tão frontalmente em contradição com os valores evangélicos, de dar mais aos ricos do que aos pobres, possa levantar objecções.
Risos e aplausos do PS.
Mas ê um problema que não me compete criticar
O Sr. Amaro da Costa (CDS): - A humildade fica-lhe bem, Sr. Deputado!
O Sr. Presidente: - Dou agora a palavra ao Sr. Deputado Angelo Correia para um pedido de esclarecimento.
O Sr. Angelo Correia (PSD): - Sr. Presidente, não era um pedido de esclarecimento, mas uma declaração de protesto que queria fazer.
O Sr. Presidente: - Queira formular o protesto. Sr. Deputado.
O Sr. Angelo Correia (PSD): - O Sr. Deputado António Guterres nas considerações que teceu, relativamente ao Partido Social-Democrata afirmou que a nossa resposta à crise, conjunto de dois documentos que foram formulados e entregues ao Governo, era uma resposta confusa, parcial, sem objectivos e sem hierarquia suficiente. O Sr. Deputado António Guterres tem de compreender que uma perspectiva de governo para a qual nós nos apresentássemos sozinhos e como tal numa perspectiva relativamente fechada, essa decorria única e exclusivamente do
A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Muito bem!
dialogante, antes tolerante, antes para se chegar a acordo, tinha, naturalmente, pontos de melhoria, tinha pontos que haviam de reunir consenso, tinha pontos que, naturalmente, implicavam opções e cedências. Nesse sentido, falar de um programa confuso e irrealista é não perceber hoje se estava numa atitude tolerante. Mas se pretende analisar a própria estratégia do partido, nesse ponto, temos de remeter o Sr. Deputado para o programa de governo que apresentámos o ano passado. Se o Sr. Deputado não o leu, nós temos o máximo prazer em lho oferecer.
O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Muito bem!
O Orador: - Por último, disse o Sr. Deputado António Guterres que uma casa se constrói com alicerces e o Governo no Partido Socialista estaria neste momento a lançar esses alicerces. Se assim é, esses alicerces devem estar muito fundos, de tal modo que não os vemos ainda.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado António Guterres deseja também dar ainda algum esclarecimento ou fazer um contraprotesto?
O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, dado que o Sr. Deputado Angelo Correia fez, aliás de uma forma bastante simpática, um protesto, eu pediria licença para fazer legitimamente um contraprotesto.
O Sr. Presidente: - Queira fazê-lo. Sr. Deputado.
O Sr. António Guterres (PS): - Gostaria apenas de fazer ao Sr. Deputado a sugestão de um teste.
O PSD tom á frente dos seus destinos neste momento, paio menos em exercício, um homem que é um reputado especialista de direito financeiro e de economia e professor da Faculdade de Direito de