produtos que faltaram, porque isso não é do conhecimento do País, não tendo sido veiculado por qualquer órgão de informação.
Diz também o Sr. Deputado que no sector turístico há leis que foram desrespeitadas. Gostaria que me dissesse quais as leis que foram, desrespeitadas e onde é que se verificou o desrespeito.
Quanto à generalidade do programa turístico - digo-lhe que não sei que programa é nem para que efeito é - disse- o Sr. Deputado que se devo acentuar a incidência do turismo português num turismo de qualidade e a seguir falou em turismo social. Fiquei sem perceber qual é a linha de desenvolvimento turístico que aponta, se um turismo social, se um turismo de qualidade, até porque não conheço muitas outras formas de turismo e muitas outras orientações.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Vitorino, para responder.
de salientar -, 1975 foi um ano que, pela paralisação económica - e isso provoca sempre recessões profundas - não deve...
O Sr. António Esteves (PS): - Eu disse 1973.
O Orador: - Já lá vou, só um momento. Responderei a iodas as questões que me pôs...
Uma voz do PS: - Ainda bem!
O Orador: - ..., até porque não me pôs nenhuma questão fundamental.
Em primeiro lugar, fazer comparações com os resultados de 1975, falando, em aumentou de 20%, 30%, 200% e 300%, não tem qualquer significado, é pura demagogia.
O Sr. António Esteves (PS): - Não falei em 1975.
O Orador: - Já lá vou, Sr. Deputado, não se impaciente.
Em relação a 1973, como sabe, os resultados de 1976 foram ainda bastante inferiores. Quanto aos para 1977, tenho a dizer ao Sr. Deputado que em dólares -não em escudos, pois infelizmente o nosso escudo anda muito por baixo, em resultado quer do antes de 25 de Abril quer das loucuras gonçalvistas quer da vossa incompetência - as receitas previstas para o turismo em 1977 são francamente inferiores ás obtidas em 1973. Não vou dizer-lhe qual a minha fonte de informação nem tenho que lho dizer.
Protestos do PS.
O Sr. Deputado pode confirmar junto das entidades governamentais o que afirmo.
Vozes do PS: -Ah!!!
O Sr. Presidente: - Peço a vossa atenção, Srs. Deputados.
O Orador: - Se estão tão nervosos, posso dizer que em 1973 as receitas provenientes do turismo ultrapassaram os 500 milhões de dólares e em 1977 não vão atingir os 500 milhões. Não vos digo mais nada, pois não tenho que o fazer.
Protestos do PS.
O Sr. Cal Brandão (PS): - É preciso descaramento!
O Orador: - Quero ainda informá-lo, Sr. Deputado, que eu não falei em taxa de ocupação. Falei sim, em índices de relação entre número de empregados e número de quantos, nomeadamente nos hotéis de quatro e cinco estrelas. O índice de relação em Portugal é de 1 para 2 quando internacionalmente se verificam índices da ordem dos 0,5 para 0,7. Aqui reside uma das causas profundas e estruturais da crise do turismo.
Também não falei da falta de géneros. Falei nas épocas de ponta em que muitas vezes os géneros faltam e, quando não faltam, vão aumentando os seus preços extraordinariamente, o que não interessa porque cria preços especulativos, como o Sr. Deputado sabe. Com vista a evitar isso, tem de se desconcentrar a procura turística em determinadas épocas. Assim, exige-se que os sindicatos, as associações e os diversos departamentos governamentais desenvolvam uma política séria nesse sentido, política que até agora ainda se não verificou. Talvez o Sr. Deputado considere isto u ma pura generalidade, como todas as outras questões que referi.
O Sr. Presidente: - Queira terminar, Sr. Deputado.
O Orador: - Tenho de responder ao Sr. Deputado senão ele fica zangado comigo.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado tem três minutos para responder e já gastou cerca de cinco minutos. Tenha a bondade de continuar, mas peco-lhe que seja breve.
O Orador: - Quanto ao problema do turismo de qualidade e do turismo social, não há confusão nenhuma, Sr. Deputado. Terá oportunidade de ler a minha intervenção com o pormenor com que cer-