lamente o vou fazer, mas, de qualquer forma, o que eu afirmei claramente é que, devido à dimensão exígua do território nacional, devido à componente importada, em termos de alimentação, ser muito elevada, exige-se a Portugal um turismo de qualidade e não um turismo de massas, mas um turismo internacional de qualidade e um turismo nacional de massas, em termos de uma política social efectiva que permita às pessoas gozarem o justo repouso e recuperarem para um novo ano de trabalho.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. António Esteves (PS): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António Esteves (PS): - Para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Queira fazê-lo, Sr. Deputado.

O Sr. António Esteves (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, quero protestar contra as respostas que o Sr. Deputado José Vitorino me deu, nomeadamente quanto às estatísticas em que se apoiou para me responder. Efectivamente devo dizer-lhe que os números que se fornecem e cuja fonte de informação se não indica não são dignos de crédito, nem aqui nem em lado nenhum.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Por outro lado, quero dizer-lhe que isso da prostituição do turismo é uma insinuação que o Sr. Deputado faz e que eu já tenho ouvido fazer tentando-se relacioná-la com o Partido Socialista, mas que nada tem a ver nem com o Partido Socialista nem com os membros do partido que até agora têm tido responsabilidades no sector do turismo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, se o Sr. Deputado pretendeu reincidir nessa insinuação, fez muito mal, porque das duas uma: ou o fez por falta de informação ou por má-fé. Mas, como eu não acredito que tenha sido por má-fé, aqui fica a correcção.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. José Vitorino (PSD): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

Sr. Deputado tem uma firme vontade de o apoiar e dinamizar, então eu fico completamente satisfeito e descansado.

Uma voz do PS: - O que é que isso tem a ver com a prostituição turística que referiu, Sr. Deputado?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, permite-me que, antes de fazer as perguntas ao Sr. Deputado José Vitorino, preste um esclarecimento aos dois Srs. Deputados que acabaram de intervir?

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Eu gostaria de chamar a atenção, em especial do Sr. Deputado- António Esteves, para o facto de que comparar números de 1973 com previsões de 1977 é um erro.

Além disso, gostaria também de lhe dizer o seguinte: quanto à balança, turística, que é algo muito especial e muito difícil de avaliar, sobre a qual até hoje nunca o Banco de Portugal e a Secretaria de Estado do Turismo conseguiram estar de acordo, em 1973 a receita proveniente do turismo atingiu, se a memória me não falha, os 14 milhões de contos e paira 1977 a previsão é de 18 milhões de contos. Para fazer uma comparação, eu gostaria de dizer ao Sr. Deputado que o dólar em 1973 tinha um câmbio de cerca de 44$ e em Dezembro de 1977 terá um câmbio na ordem dos 445/45$.

Ainda em termos da balança turística, eu gostaria também de dar o seguinte esclarecimento: efectivamente nos meses de maior afluxo turístico não houve falta de géneros, mas seria bom que o Sr. Deputado se informasse da importação maciça de géneros, feita directamente para o Algarve, para satisfazer as necessidades turísticas que de facto não foram contabilizadas. Eu posso referir-lhe, a título de exemplo, o caso de 1 milhão de litros de leite importados directamente de França para satisfazer as necessidades turísticas. Estes valores, convém notar, tem incidência na balança turística. Mas, Sr. Deputado, se quiser uma informação mais pormenorizada, o Sr. ex-Ministro do Comércio Externo poderá informá-lo, porque ele possui elementos sobre essas previsões com algum rigor.

Relativamente ao Sr. Deputado José Vitorino, depois de lhe dizer que concordo com a quase totalidade dos problemas que inventariou, gostaria de