A Assembleia da República manifesta a sua mais viva preocupação pela situação vivida em alguns estabelecimentos do ensino secundário, onde são praticados graves actos de violência;
Condena firmemente a actuação das forças e elementos estranhos a esses estabelecimentos, que, tentando manipular alguns jovens, procuram criminosa me n Vê incutir-lhes ideias contrárias à existência do regime democrático, aliciando-os para a prática de actos de violência terrorista;
Recomenda às autoridades a adopção das medidas necessárias para pôr termo a tais actuações e para a severa punição dos responsáveis, designadamente dos que se ocultam por detrás dos jovens que praticam tais actos de violência.
Os Deputados: Veiga de Oliveira - Jorge Lentos - António Garcia.
Aplausos do PCP e do PS
O Sr Presidente: - Contínua o debate.
Tem a palavra o Sr. Deputado Moura Guedes
O Sr. Moura Guedes (PSD): - O Partido Social-Democrata irá votar a favor do voto de protesto apresentado pelo Partido Socialista, e isto coerentemente com as posições que sempre tomou nesta Câmara e fora dela.
Nós, sociais-democratas, sempre condenámos todo o tipo de violência. Nós, sociais-democratas, sempre condenámos o totalitarismo, o fascismo, todo."- os tipos de totalitarismo e de fascismo, venham eles da direita ou da esquerda
O Sr António Lacerda (PSD): - Muito bem!
Vozes do PSD: -Muito bem!
O Orador: - E se condenamos, e claramente, este surto de violência da extrema direita. quo ocorre presentemente nas escolas, temos que entendê-lo, temos que procurar descobrir as razões, profundas, parque os males não se atacam nos seus sintomas ou nos seus efeitos, atacam-se nas suas causas.
O Sr. Rui Pena (CDS): - Muito bem!
O Orador: - E temos que reflectir em quais são as causas desse surto de violência, que não é um desejo de recuperação, por parte dói jovens de situações anteriores ao 25 de Abril, que eles, pela sua idade, nunca chegaram a ter. É o desencanto pela falta de organização, pela falta de eficiência, pela falta de capacidades de resposta aos seus problemas a desorganização que continua a existir na escola, a falta de solução dos problemas fundamentais do ensino e da massa estudantil portuguesa.
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - E é também a marca profunda que lhes Pitou da violência enorme que sofreram nesses tempos do gonçalvismo.
Vozes do PSD e do CDS: - Muito tem!
O Orador: - Juntamo-nos, por isso claramente à crítica que é feita no ponto n.º 3, crítica que entendemos como dirigida às instâncias oficiais, e designadamente governamentais, que não souberam dar essa resposta aos problemas dos estudantes.
Vozes do PSD: -Muito bem!
O Orador: - Mas não podemos deixar de acentuar aqui que, se concordamos com o conteúdo deste voto e com as razões que o determinam, não concordamos com parte da fundamentação que foi produzida pelo Sr. Deputado socialista, que fez a sua apresentação, quando proeurou misturar com este tipo de problemática a manifestação que muitos democratas portugueses fizeram a Pires Veloso..
Vozes do PSD: - Muito bani! Vozes do PS:- Oh!..
O Orador: - E em que estiveram prementes muitos democratas portugueses, designadamente do seu próprio partido.
Protestos do PS.
Misturar estas coisas e fazer pura demagogia, não é esclarecer os problemas, mas sim complicá-los.
Essa manifestação não tem qualquer conotação com a movimentação das forcas de direita, nem com o surto de violência a que faz referência este voto de protesto.
A Sr.ª Helena Roseta (PSD): -Muito bem!
O Orador: - Votaremos este voto de protesto, repetindo e terminando como comecei, porque nós, sociais-democratas, porque somos democratas, lutamos contra todas a ameaças à democracia em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecassis.
O Sr. Nuno Abecassis (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados estamos em face de dois votos e não de um. O meu grupo parlamentar pede que os dois votos sejam considerados, separadamente
Se me permitem, Sr. Presidente e Srs. Deputados, por me referir ao último voto apresentado