O Orador: - Ah, os Srs. Depurados apoiam o comunicado da Juventude Centrista!

Temos ainda mais, Srs. Deputados: Os irmãos Baltasar, conhecidos arruaceiros, conhecidos agentes desta violência fascista, ostentam o emblema do CDS e afirmam-se inscritos no CDS..

Protestos do CDS

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - O PCP esquece-se do arruaceiro que é. Tem uma memória curta!

O Sr. Presidente: - Peço a atenção do Sr. Deputado Cantos B nato, pote já pausaram os três minutos do tempo que tem paira apresentar o protesto.

O Orador: - Sr. Presidente, não há nenhum tempo prescrito para os protestos, ia não ser em debate de tempo ilimitado. Apesar disso vou concluir

O Sr. Presidente: - Está enganado, Sr. Deputado, mas faça o favor de continuar.

O Orador: - Esperaríamos que o CDS tivesse aproveitado esta oportunidade para se demarcar visivelmente dessas actividades, em que aparece na verdade implicando pelos factos conhecidos pública e notoriamente Uma vez que o CDS não é capaz de fazer essa demarcação, e- ía Câmara e o País têm que retirar daí as necessárias ilações.

Aplausos do PCP e protestos do CDS

O Sr. Presidente: - Silêncio, Srs. Deputados

Pausa.

Bem, quero dizer-lhes, Srs. Deputados, para vossa comunicação, que eu assista há dias a uma sessão na Assembleia Nacional Francesa muito pior do que a nossa

Não estejam portanto muito preocupados, mas eu gostaria que isto não se repetisse.

O Sr. Deputado Carlos Brito tem razão quanto ao protesto, porque na verdade, a meu ver mal, está escrito realmente quo não há prazo nenhum, exigindo-se unicamente que se limitem a indicar sucintamente o seu objecto e fundamento, e portanto, efectivamente, o Sr. Deputado Carlos Brito tem razão quanto ao prazo. Peço desculpa

Pausa

Chamo a atenção dos Srs. Deputados para o disposto no n. º 3 do artigo 86.º do Regimento, que diz:

Apresentado à Assembleia o texto da proposta de voto pela Mesa ou por um dos Deputados subscritores, poderá usar da palavra para discussão um Deputado de cada partido pelo período máximo de cinco minutos, procedendo-se seguidamente à votação.

Sendo assim, eu não posso aceitar mais inscrições do que aquelas que se encontram prescritas neste artigo.

Tem a palavra o Sr. Deputado Lucas Pires.

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Sr. Presidente, lhe muito grato por me ter concedido a palavra.

Eu acho que seria perdulário perder a oportunidade de tirar desta controvérsia a lição fundamenta] que ela encerra: a de que o Partido Comunista Português é o partido mais senil de Portugal e a de que o CDS é o partido mais juvenil de Portugal.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Que lindo!..

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Vê-se, vê-se!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado está a fazer um contraprotesto, não e verdade?

O Orador: - Exacto, Sr. Presidente.

Em termos de violência, e analisando global e politicamente essa violência, seja nos liceus, seja ao nível da sociedade portuguesa em geral, há que distinguir aqueles que promoveram e tiveram a iniciativa da violência e aqueles que usaram a violência apenas como modo de defesa e, às vezes, inclusive. como modo de legítima defesa

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Oh, Sr. Deputado!

O Orador: - Acho que esta distinção ó fundamental, e é também fundamental ao nível dos liceus.

O CDS pensa que os problemas da juventude devem ser resolvidos pela própria juventude, em clima de autodeterminação, e é de facto espantoso que aqueles que falam em nome da libertação histórica venham para aqui, com tiques paternalistas, querer censurar a juventude, fazer de paizinhos bem comportados e de chefes de família ortodoxos.

O Sr Carlos Brito (PCP): - Isso é que é paternalismo

O Orador: - É contra essa atitude que o CDS se insurge plenamente, e é inadmissível que quem quer que seja que se sujeite a eleições nos liceus possa ser considerado como tendo uma atitude antidemocrática.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Não desvie as questões!

O Orador: - É também inadmissível que quem nos liceus recolhe os votos da maioria, como é o caso da Juventude Cientista, possa ser considerado antidemocrático.

É esta a substância do protesto que eu queria dirigir ao Partido Comunista.

Aplausos do CDS

O Sr. Victor Louro (PCP): - Uma linda perspectiva de democracia!

O Sr. Presidente: - Para que efeito pede a palavra Sr. Deputado Nuno Abecassis?

O Sr. Nuno Abecassis (CDS): - É para dar explicações, Sr. Presidente.