aspectos não só de uma farsa, mas de uma farsa despudorada e cínica.

Vozes do PCP: - Muito bem!

provar que asse povo martirizado quer a continuação do estado de sítio, que se imantem há sei» anos, quer ias prisões indiscriminadas, os assassinatos, os desaparecidos, a tortura, a cadeia os campos de concentração; consulta que tem como finalidade provar que lesse povo martirizado quer continuar sob um regime de brutal exploração, com uma inflação Ida ordem dos 500% e os correspondentes salários de miséria; consulta que tem como finalidade provar que esse povo martirizado não quer a liberdade e a democracia, não quer partidos políticos, não quer sindicatos livres.

Raras vezes o cinismo político, aliado ao desrespeito pelos mais elementares direitos humanos e à ilegalidade mais crua, terá atingido um tal despudor. Por isso, até o organismo oficial chileno encarregado de apreciar a «constitucionalidade» das acções do Governo considerou ilegal semelhante referendo...

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os Partidos Radical, Democrata-Cristão, Socialista e Comunista, o

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Perante a veemente condenação interna e internacional do seu regime, Pinochet quer cobrir a sua ditadura sanguinária com um «voto» do povo a quem ele próprio tirou o direito de voto, com voto que, pala própria natureza das coisas, tinha de ser, e vai ser, um voto justificado, que mão enganará os Chilenos, nem a opinião pública internacional.

Aplausos do PCP e de alguns Deputados do PS.

Os Deputados desta Câmara estarão, por corto, de acordo em considerar o referendo no Chile como um acto desprovido de qualquer valor jurídico ou político, um afecto que afinal prova que a ditadura de Pinochet se aproxima do fim, prova que a liberdade e a democracia, embora através de mil sacrifícios, abram no Chile os caminhos da vitória. O Chile vencerá.

Aplausos do PCP, do PS, do PSD e de alguns Deputados do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Gonçalves Sapinho.

O Sr. Gonçalves Sapinho (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em Agosto passado foi aprovado nesta Assembleia, com a abstenção do Grupo Parlamentar do PSD, uni pedido de autorização legislativa, apresentado pelo MEIC, para a criação do ensino superior curto. Antes desta iniciativa do Governo, e na sequência dia proposta de lei apresentada pelo Grupo Parlamentar do PSD para a criação do ensino superior no Algarve, elaborámos e pensámos apresentar uma outra proposta de lei dirigida à criação do ensino superior na região de Leiria. O Grupo Parlamentar do PSD resolveu aguardar melhor oportunidade, ou dar à ideia tratamento diferente do ide uma proposta de lei, por entender, em primário lugar, que o Governo dispõe de meãos técnicos e humanos mais adequados ao estudo e criação de escolas superiores do que. esta Assembleia, em seguindo lugar, porque a criação deste tipo de escolas deve ser planificada a nível nacional e não derivar e iniciativas isoladas e desenquadradas de qualquer programação espacial e temporal.

Por lestas razões, entendemos que a Case da criação do ensino superior curto na região de Leiria deveria ser defendida como candidatura ou como sugestão ao Governo, sem prejuízo de podermos vir, no futuro, se necessário, a apresentar, sobre o assunto, uma proposta de lei.

O distrito da Leiria, palas suas características de zona de transição entre o Norte e o Sul, constitui uma síntese nacional das maneiras de viver e sentir, diais opções políticas, das crenças religiosas, do grau de desenvolvimento, da redução entre o campo e a cidade, entre o interior e a beira-mar, entre a indústria e a agricultura, entre as zonas subdesenvolvidas e as zonas em vilas de desenvolvimento.

O assinalável grau de industrialização em sectores como o dos vidros, domésticos e decorativos, as louças, a cerâmica, doméstica, artística e industrial, os têxteis, a indústria de plásticos e moldes para plásticos, baquelites, calçado e cutelarias, metalomecânica, cimentos, electrónica e materiais eléctricos, construção civil, transformação de produtos agrícolas, produção alimentar, madeiras e resinas, exploração de pedreiras e outros, guindam o distrito de Leiria a um lugar privilegiado no todo nacional e que soube dizer não e resistir à macrocefalia lisboeta.

Vozes do PSD: - Muito bem!