Recordo os termos de um comunicado do Governo Regional dos Açores no início de 1977: «É preciso que se diga de uma vez por todas se a TAP está ou não em condições de assegurar um serviço eficiente nos Açores. Se tal não se verificar, será necessário abolir com urgência o monopólio da TAP nas ligações Açores/continente e nas ligações, via Lajes, para a América.»

Não sei qual é a posição actual do Governo Regional da Madeira em relação a este problema, mas ela não poderá deixar de ser idêntica e, sobretudo, não poderá deixar de reflectir o pensar das populações sobre a matéria em causa. Neste momento a TAP é uma companhia que não merece credibilidade a pêra r de sabermos do esforço da maioria dos seus trabalhadores para alcançar essa credibilidade. Há porém o risco de que, se tal não for conseguido, aumente o número dos, que consideram que o monopólio deve terminar pelo menos nas regiões autónomas.

As culpas da actual situação só podem ser imputadas a irresponsáveis gestões anteriores e aos reflexos ainda não sanados dessa irresponsabilidade.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Há dois Deputados inscritos para pedidos de esclarecimento.

Primeiramente tem a palavra o Sr. Deputado José Luis Nunes e depois o Sr. Deputado Aboim Inglês para esse efeito.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - A pergunta que eu desejava fazer ao Sr. Deputado Fernandes Loja relaciona-se comi o seguinte ponto: considera o Sr. Deputado que a falta de confiança (sic) que o Sr. Deputado imputa à TAP se deve ao facto de esta companhia manter o monopólio dos transportes para as regiões autónomas, ou que isso se deve a possíveis deficiências de organização que o Sr. Deputado não caracterizou? E no caso de pensar que esse facto se deve a deficiências de organização, gostaria de lhe perguntar se preconiza um melhoramento dessa organização ou o fim do monopólio.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Fernandes Loja prefere responder já ou aguarda que o Sr. Deputado Aboim Inglês lhe faça também os pedidos de esclarecimento que tem para fazer?

O Sr. Fernandes Loja (PSD): - Preferia responder já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Fernandes Loja (PSD):- Sr. Deputado José Luís Nunes, a propósito da deficiência não caracterizada da desorganização, eu peço desculpa de insistir, mas é que realmente ela está caracterizada em alguns pontos. Simplesmente, e como é óbvio, numa intervenção limitada não se pode caracterizá-la totalmente- aliás isso é uma coisa que, a meu ver, pertence a especialistas fazer.

O Sr. José Luis Nunes (PS): - Posso interromper, Sr. Deputado?

O Orador: - Certamente.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Deputado, relativamente a essa sua última afirmação, eu desejava, não protestar, porque penso que não devemos protestar contra as opiniões de cada um, mas sublinhar o seguinte: é que nós não podemos fazer acusações e depois defendermo-nos dizendo que a definição concreta das coisas pertence a especialistas.

O Orador: - O Sr. Deputado José Luis Nunes, desculpe-me, mas eu não falei em definição concreta das coisas, mas ma definição ampliada e detalhada delas.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - É precisamente a mesma coisa, Sr. Deputado!

O Orador: - Há aqui algumas acusações claras a determinados serviços, mormente aos serviços de planeamento. Não tenho culpa de que o Sr. Deputado não tivesse ouvido.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Eu ouvi, Sr. Deputado, ouvi tudo.

poderei dizer-lhe mais do que isto.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Com certeza, Sr. Deputado.

O Sr. José Luís Nunes (IPS): - Eu peço desculpa de o interromper, mas, como penso que este assunto tem a sua importância, desejava fazer-lhe ainda uma pergunta.

O Sr. Deputado Fernandes Loja, quando referiu todos esses factos, não incluiu a greve hoje- verifi-