cada, a chamada greve dos pilotos de linha, que terminou há pouco tempo. Sem me pronunciar sobre o fundo dessa greve, gostaria de lhe perguntar se este facto lhe merece algum comentário.

O Orador: - Sr. Deputado José Luís Nunes, eu devo dizer-lhe que neste texto foi também incluída a greve dos pilotos de linha. Mais uma vez lhe digo que não tenho culpa que o Sr. Deputado não tenha ouvido.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Eu ouvi, Sr. Deputado!

O Orador: - Está logo no inicio da minha intervenção.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Deputado, eu ouvi a sua referência à greve dos pilotos de linha. Eu ouvi a sua intervenção desde o início. Agora o que eu não ouvi é que o Sr. Deputado situasse essa greve e dissesse quais as suas causas e os seus efeitos.

No entanto quero dizer-lhe que lhe agradeço muito sinceramente a possibilidade que o Sr. Deputado me dá de dialogar consigo sobre este assunto e de trocar impressões sobre este problema. O que eu penso é que este assunto é demasiado importante para pura e simplesmente, apontando como causas essenciais alguns problemas de malas, que eu já tive nesta como noutras companhias, e deficiente tratamento do pessoal -quanto a este ponto, devo dizer que nunca tive nenhum sarilho com nenhum pessoal da TAP, mas como falo apenas da minha experiência pessoal admito perfeitamente que haja pessoas que tivessem tido problemas-, se parta para uma declaração do tipo de «pôr fim ao monopólio».

Se o Sr. Deputado tivesse concluído com uma frase do tipo «pela necessidade de melhorar os serviços da TAP», teria o meu aplauso.

O Orador:- Se o Sr. Deputado me permitir, eu também o posso esclarecer nesse campo.

Há aqui um parágrafo na fase final da minha intervenção que diz o seguinte: «Neste momento a TAP é uma companhia que não merece credibilidade, apesar de sabermos do esforço da maioria dos seus trabalhadores para alcançar essa credibilidade. Há porém o risco de que, se tal não for conseguido, aumente o número dos que consideram que o monopólio deve terminar.»

Portanto, eu queria-me referir ao facto de existir esse risco. Eu não achei aconselhável o terminar do monopólio, nem sequer o achei desejável. Talvez o seja, mas penso que só depois de se ver se a companhia tem ou não capacidade para se reestruturar.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Deputado Fernandes Loja, tanto eu como V. Ex.ª desempenhamos um mandato que funda a sua legitimidade no voto popular, e a pergunta que eu desejava fazer é a seguinte: pensa V. Ex.ª que a solução para resolver as carências que apontou em relação à TAP e a falta de credibilidade se resume no fim do monopólio ou no melhoramento dos serviços tal como estão?

É este o ponto de política essencial que é preciso aqui discutir. Se se põe a solução relativamente ao fim do monopólio, esta é uma posição respeitável como todas as outras, mas que implica um ponto de vista com o qual nós não estamos de acordo. Se se põe a solução referente ao melhoramento dos serviços, então trata-se de um alerta, e eu penso que os serviços da TAP, assim como todos os serviços de qualquer companhia ou serviço público, podem ser melhorados.

O Orador: - Sr. Deputado José Luís Nunes, em relação ao monopólio, eu tenho a opinião de que ele só deve terminar como último recurso, mas penso que antes disso devem ser esgotados todos os meios para que a companhia melhore os seus serviços.

Esta resposta é satisfatória para si ou não? É esclarecedora?

O Sr. José LUÍS Nunes (PS): - Não, Sr. Deputado, mão é.

O Orador: - Então lamento, Sr. Deputado. Mais do que isto não consigo fazer.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Mas, Sr. Deputado, já que me interpelou, e se me autorizasse, eu gostava de esclarecer porque é que para mim a sua resposta não é satisfatória.

O Orador: - Faca favor, Sr. Deputado.

O Sr. Gualter Basílio (IPS): - Muito bem!

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Diz-se no nosso país que não devemos estragar aquilo que existe e que foi bem organizado. A TAP é uma companhia que existe e que foi bem organizada: ao nível da segurança de voo, a companhia TAP sempre tem dado mostras da capacidade de selecção dos seus pilotos, e seus comandantes; ao nível do pessoal, ele é, de um modo geral, atencioso, pelo menos para aqueles que não confundem atenção com servilismo, pois que a atenção é uma coisa e o servilismo é outra muito