O Sr. Sousa Marques (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - V. Ex.ª pede a palavra, para que efeito?

O Sr. Sousa Marques (PCP): - É para um contra-protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Queira fazê-lo, Sr. Deputado.

Vozes do PSD: - É para uma contra-recuperação!

O Sr. Presidente: - Peço a vossa atenção, Srs. Deputados, pões parece-me ouvir falar em contra-provocação, mas não dei conta de nenhuma provocação.

Tenha a bondade, Sr. Deputado Sousa Marques.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - É que o Sr. Deputado Pedro Roseta quando ouve Deputados comunistas a falar verdade fica nervoso.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - É mentira..

O Orador: - Quanto aos estragos que o PCP provocou na nossa economia, Sr. Deputado Sérvulo Correia, essa conversa é antiga,...

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Infelizmente!

O Orador: - ...já vem de antes do 25 de Abril Já antes do 25 de Abril se acusavam os trabalhadores quando defendiam os seus interesses...

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Os burocratas!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, chamo a vossa atenção. Compreendo o vosso cansaço, estamos já quase no final da sessão, mas como bem compreendem, o nosso colega Sousa Marques tem o direito de se fazer ouvir.

Queira continuar, Sr. Deputado.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem, a palavra o Sr. Deputado Simões do Aguiar, paira

O Sr. Simões de Aguiar (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Tentarei não entrar em demagogias porque o assunto é francamente sério e estão em causa 5000 postos de trabalho.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Lino Lima (PCP): - O que é isso para a sua bancada!

Vozes de protesto do PS e do PCP.

Manifestações de desagrado do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, eu estava um pouco desatento às bancadas, visto que estava a despachar um assunto. Em princípio, já tinha decidido não proceder a quaisquer despachos ou análise de problemas durante a sessão mas assim não aconteceu. Peço desculpa pela minha desatenção. Fui, no entanto, despertado por um certo alarido que me parece impróprio deste lugar.

O Orador: - É sempre próprio de quem não tem razão, Sr. Presidente!

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - É a posição da CIP...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queira continuar no uso da palavra.

O Orador: - Em primeiro lugar, e respondendo ao Sr. Deputado Sousa Marques que me perguntou qual a posição do PSD, devo dizer-lhe que lamento profundamente, tal pergunta.

A posição do PSD já foi esclarecida pelo meu colega Furtado Fernandes, foi referida na minha exposição e na resposta ao Deputado do Partido Socialista, Sr. Deputado Manuel Proença. A posição é clara: nós opomo-nos a esta fusão, mas não estamos contra outro tipo de fusão...

Vozes do PS: - Qual?

O Orador: - ... a ser estabelecido por um grupo de trabalho, depois de ouvidos os trabalhadores e as comissões administrativas do sector. Esta é a nossa proposta.

Aplausos do PSD.

O Orador: - O Sr. Deputado Sousa Marques fez depois uma outra pergunta: se as dificuldades por que passam algumas empresas cervejeiras são ou não consequência da descapitalização, portanto da situação financeira das empresas. Eu disse na minha exposição aquilo que efectivamente se passa. É evidente que não tenho números anteriores, mas posso dizer-lhe que o Decreto-Lei n.º 474/75. de 30 de Agosto, que instituiu a nacionalização do sector cervejeiro, considerava este sector como «um sector altamente lucrativo», e eu acrescento que, na verdade, no final de 1975 já não era lucrativo, porque, considerado no conjunto, tinha um défice de 348000 contos.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.