Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - Em seguindo lugar, o Sr. Deputado pergunta qual o motivo por que vim aqui falar em 5000 trabalhadores e nos seus postos de trabalho. Posso dizer-lhe que talvez fosse extraordinariamente útil o Sr. Deputado perguntar aos militantes do Partido Socialista integrados no sector cervejeiro se acham que temos razão ou não para falar aqui em trabalhadores.
Vozes do PS: - Ouve trabalhadores socialistas, não?!
Vozes do PSD: - Nós contactámos com eles!
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, só está um orador mo uso da palavra, e, todavia, oiço muitas vozes.
O Orador: - É evidente, Sr. Deputado, que não lhe vou responder à segunda observação quanto a lidar com os Srs. Accionistas. Não sei o que é isso, não faço ideia. Não respondo a essa provocação.
Risos do PS e PCP.
Aplausos do PSD.
O Sr. Carlos Laje (PS): - Dá-me licença, Sr. Presidente?
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Carlos Laje, deseja intervir para que efeito?
O Sr. Carlos Laje (PS): - É para um protesto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Queira protestar, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Laje (PS): - O protesto que vou fazer é duplo. É um protesto pela invocação que se fez dos núcleos de trabalhadores socialistas, já que e de mau gosto invocar trabalhadores ou organizações de trabalhadores de outro partido. Nós não o podemos fazer em relação ao PSD, embora confessando que teríamos dificuldades em encontrar os seus núcleos de trabalhadores em qualquer empresa.
Risos do PSD.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Nem no vosso encontram, quanto mais no nosso...
O Orador: - De qualquer maneira, consideramos deplorável essa invocação.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, peço-lhe o obséquio de intervir de molde a não provocar outros protestos. Estamos quase no fim da nossa sessão e seria desagradável que ela terminasse com protestos e contraprotestos.
Queira continuar, Sr. Deputado.
O Orador: - Não era a primeira vez, Sr. Presidente, e não seria assim tão mau.
Protestamos contra a invocação de trabalhadores socialistas, porque o Partido Socialista tem ligação e tem contactos com os seus próprios trabalhadores.
Assim como o Partido Socialista apoia, canaliza e expressa os interesses correctos dos trabalhadores - que, aliás, concorrem para a elaboração da sua política -, também será capaz, em casos em que possa haver uma interpretação menos correcta da situação, de dizer não. É essa a posição que deve ter um partido dos trabalhadores e não a demagogia bacoca que se costuma fazer.
Por outro lado, protestamos também contra o afirmar-se que falar em ex-accionistas é uma provocação. Consideramos isso deplorável. Consideramos que falar em accionistas não é uma provocação, até porque pensamos que os accionistas têm razão de existir e têm um papel importante a desempenhar na economia portuguesa.
Risos do PSD.
O Sr. Simões de Aguiar (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente!.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Simões de Aguiar, tenha a bondade de me dizer para que efeito pede a palavra.
O Sr. Simões de Aguiar (PSD): - Única e simplesmente para um contraprotesto, Sr. Presidente.
Registo, efectivamente, que o Sr. Deputado Carlos Laje protesta contra a verdade.
O Sr. Presidente: - Está inscrito ainda o Sr. Deputado Carlos Robalo. Suponho que não tem tempo de usar da palavra nos curtos minutos que nos restam...
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente: Desejava fazer uma intervenção curta, que, suponho, não atingirá os dez minutos. Se fosse possível, tendo em conta que ainda não atingimos as vinte horas, gostaria de intervir agora.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, lamento muito informá-lo, mas vejo sinais de desaprovação da sua proposta. Por minha parte, não há nenhuma dificuldade. Se V. Ex.ª quiser pôr o problema ao Plenário, tem de o fazer, visto que, desde que a sessão se prolongue para além da hora regimental, terá de