nhã exposição não apontava uma solução para as três empresas que neste momento se encontram deficitárias, eu recordo ao Sr. Deputado que a minha exposição se orientou fundamentalmente em defesa do sector, englobando as cinco empresas nacionalizadas. E quando estou a defender o sector, evidentemente que estou a defender as cinco empresas e não só duas.

É evidente, também, que a situação e difícil, e que o Partido Social-Democrata não pretende pôr em causa os postos de trabalho dos trabalhadores da Copeja, da Imperial e da Cergal. Mas também o que não quer o Partido Social-Democrata é que ali aves de uma solução inadequada se ponha em causa todos os trabalhadores do sector li esse o problema

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, já ontem, por várias vezes fomos acusados de que por detrás das nossas afirmações o que se pretendia era por em causa as nacionalizações. Não é isso. Sr. Deputado, e agradecia-lhe que efectivamente não entrasse por esse caminho C que o Decreto-Lei n.º 474/75, de 30 de Agosto, que neste momento estamos a discutir e a constatação de um facto é quanto ao Decreto-Lei n.º 531/77 que o Partido Social-Democrata tem feito e tem orientado essa discussão. Não focamos antecedentes, focamos é o futuro do sector cervejeiro em Portugal.

Em terceiro lugar, Sr. Deputado, é evidente que eu sei perfeitamente que dada a estruturação do sector cervejeiro português, qualquer fusão poderá eventualmente levar ao abaixamento de determinados indicadores económicos e financeiros. Mas o problema que se põe é este é que o tipo de fusão proposto no Decreto-Lei n.º 531/77 coloca esses indicadores a um nível tão baixo que poderá comprometei a viabilidade do sector e poderá exactamente porem causa o ganha-pão de 50 mil trabalhadores. O Sr. Deputado deve estar completamento de acordo que, a verificar-se a fusão, haverá necessariamente um nivelamento salarial.

O Sr. Deputado concordará comigo, por exemplo, quando digo que a Unicer terá um prejuizo, incluindo os encargos financeiros, de 1$52 por litro, o que lhe dará um prejuízo total de 143 mil contos, e que a Centralcer, por seu lado, terá um prejuízo de $12 por litro, o que lhe acarretará um prejuízo de 27 mil contos Veja ate. Sr. Deputado, a discrepância em que ficarão e até a própria situação diferente em que são colocadas as duas empresas públicas. Concordará comigo que não é a nível desses indicadores económicos que, com certeza, será possível uma recuperação imediata. Como eu disse, na minha exposição, só à custa do contribuinte, só a custa de todos nós é que isso seria possível - e estou plenamente convencido de que os trabalhadores das cinco empresas do sector cervejeiro não estão interessados em viver à custa de todos nós. Estarão interessados, sim, em produzir e em ser úteis a todo o País

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Amaral para dar explicações.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Muito bem!

O Orador: - O que nós queremos é uma solução para o sector agrupando as empresas de tal forma que lhes permita, a todas as cinco, uma recuperação efectiva do ponto de vista económico, do ponto de vista financeiro e que não haja um risco, como hoje existe, de ter de se despedir eventualmente, alguns dos trabalhadores de algumas dessas empresas.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Muito bem!

O Sr. Simões de Aguiar (PSD): - Dá-me licença que interrompa!

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Simões de Aguiar (PSD): - Sr. Deputado, estamos absolutamente de acordo. Simplesmente eu só lhe lembro esta questão é que, efectivamente, em meu entender, com o tipo de fusão proposta no Decreto-Lei n.º 531/77, cairemos fatalmente nessa situação Não haverá pois, outras hipóteses de fusão, outras hipóteses de reestruturação do sector que possam conduzir efectivamente à viabilidade total do sector.