cer porquê? E propõe o Sr. Deputado algumas medidas nessa direcção?

Por último, Sr. Deputado, se nos quer sugerir, se nos quer inculcar uma ideia, a partir das suas próprias especulações, quanto ao nosso comportamento em democracia, desengane-se. O nosso comportamento está definido.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - É sempre uma estrada ...

O Orador: - Não especule o Sr. Deputado sobre qual a nossa posição em relação e em face da democracia burguesa. Não é isso que está em causa. O PCP definiu de uma vez para sempre o seu completo apoio à democracia que está definida na Constituição da República.

Aplausos do PCP.

E não somos nós que falamos dos artigos emblemáticos da Constituição, não somos nós que o dizemos. Aceitamos toda a Constituição, em todas as perspectivas que rasga e, naturalmente, em todos os deveres que impõe.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Como creio que não há mais nenhum Sr. Deputado que se tenha inscrito para pedir esclarecimentos, dou a palavra ao Sr. Deputado Amaro da Costa para responder, se assim o entender, às perguntas que lhe foram formuladas.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Cunha Leal: Devo confessar-lhe muito francamente e com muita honestidade que não me recordo daquilo que me imputa.

O Sr. Cunha Leal (PSD): - Não se recorda?

Uma voz do PCP: - Óleo de fígado de bacalhau!...

O Orador: - Há sempre mestas matérias mecanismos de projecção psicanalítica para continuar a combater e que consistem em atribuir aos outros os desejos que uma pessoa tem. O Sr. Deputado do PCP, por exemplo, faria bem em tomar Óleo de fígado de bacalhau.

Uma voz do CDS: - Muito bem!

O Orador. - Digo com toda a franqueza que não me recordo de em qualquer ocasião ter defendido uma tal tese. Se estou enganado, o Sr. Deputado Cunha Leal recordar-me-á, e eu terei todo o gosto em rectificar, se for esse o caso. Que numa determinada ocasião perguntei a um dirigente do PSD algo com isto relacionado, na sequência de uma sugestão que várias vezes foi feita pelo Primeiro-Ministro do I Governo Constitucional, é verdade. É verdade que o Primeiro-Ministro do I Governo Constitucional -que está aqui presente- em muitas circunstâncias desafiou o PSD e o CDS para, em conjunto, formarem um Governo minoritário e é verdade que sempre lhe foi respondido -e está aqui presente o próprio - que do nosso lado isso jamais poderia acontecer.

Eu próprio tive, em determinada ocasião, que não foi numa reunião -lembro-me perfeitamente do local e da hora-, oportunidade de fazer uma pergunta análoga a um dirigente do PSD, que disse, e concedo que por brincadeira, o seguinte: «Seria uma boa partida que lhes pregávamos.»

O Sr. Cunha Leal (PSD): - O Sr. Deputado quer que eu. esclareça, para lhe avivar a memória?

O Orador: - Faz favor, Sr. Deputado.

O Sr. Cunha Leal (PSD): -Sr. Deputado, a reunião foi em minha casa e a ela estavam presentes o Sr. Engenheiro, o Sr. Prof. Freitas do Amaral, os Srs. Drs. Basílio Horta, Sá Carneiro, Magalhães Mota, eu, doma da casa, e ainda, salvo erro, o Prof. Sousa Franco.

O Orador: - Bom ... Contínuo na mesma.

Mantenho o que disse e não me lembro de nessa reunião ter feito uma proposta nesse sentido.

Protestos do PSD.

O Orador: - Não sei porque é que estão tão perturbados com isso...

O Sr. Deputado Marques Mendes interrogou-me sobre datas para a execução do Programa do Governo. Eu devo dizer-lhe que seria estultícia da minha parte estar a indicar datas para um Programa ao Governo do qual eu mão participo.

O Sr. Marques Mendes (PSD): - Parada, Sr. Deputado.

O Orador: - Se parecia, é porque o Sr. Deputado tem ou deficiências de visão, ou de compreensão, ou de entendimento, ou então está mal localizado. Mas, enfim, o problema é seu.

Eu só quero dizer que não participo do Governo e é este que responsavelmente deverá fixar o seu próprio calendário de trabalho. O Governo é solidariamente responsável pelo seu trabalho e desempenha-o cotigialmente. Por isso, a pergunta que me dirigiu deverá endereçá-la ao Governo.

Quanto ao Sr. Dr. Magalhães Mota, não entendi nada do que ede disse...

..., o que é com certeza culpa minha ...

Uma voz do PSD: - Sem dúvida.

O Orador - E neste acto de humildade vá, espero eu, o desmentido melhor de que não sou «novo-rico» - os novos-ricos não são humildes...

Uma voz do CDS: - Muito bem!