Uma voz do PCP: - É velho rico ...

Ou aqui somos obrigados a falar daquilo que os ou outros querem?

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Então por que é que me quererá obrigar a sim?

O Orador: - O Sr. Deputado aproveitou a sua intervenção a propósito de pedidos de esclarecimento à minha pessoa paira fazer um protesto, segundo disse, a um aparte de um meu colega de bancada, que teria dito que o PSD estaria já na mesma Unha do PCP. É evidente que o PSD está mesmo na mesma lanha do PCP. São ambos partido da Oposição.

Isto não quer dizer que o PSD e o PCP se confundam. São claramente oposições distintas, diferenciadas, autónomas, e porventura, o PCP até vai apresentar uma moção de rejeição autónoma para não ter de votar a vossa.

O Sr. Carlos Brito (PCP):- È capaz...

Aplausos do CDS e PS.

Se não o fizer, é uma coisa que diz respeito ao PCP, mas tiraremos daí as necessárias consequências.

Quanto ao Sr. Deputado Acácio Barreiros, devo dizer que fiz um grande esforço para esclarecer este problema da Constituição e do socialismo e fiz um esforço honesto. O Sr. Deputado parece que não entendeu assam esse meu esforço e eu lamento.

O Sr. Acácio Barreiros (UDP): -Entendi, entendi, Sr. Deputado.

O Orador: - Então, se entendeu, ainda melhor. Quer dizer então que entendeu e mas não quis aproveitar.

Está no seu direito, mas nós continuamos a respeitar a Constituição tal como ela é.

O Sr. Deputado Jorge Leite fez-me uma pergunta que não me parece nada própria de um partido que se reclama de marxista-leninista. Uma preocupação formalista, quase idealista, do tipo de saber se o CDS a si próprio se qualifica como partido da Oposição do Governo ou se não é carne nem peixe, se é um equivoco.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Responda, Sr. Deputado.

Risos do PCP.

É evidente: tinha uma estratégia e ela falhou. Portanto, está derrotado.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Olhe que não ...

O Orador: - Se fôssemos nós que tivéssemos sido derrotados, diríamos que tínhamos sido derrotados. Mas, evidentemente, cada um tem as suas opiniões.

Naturalmente que nós não temos nisto nade de jactância nem de querermos ser vitoriosos, nem de nos apresentarmos como vitoriosos. Mas, se pergunta se somos vitoriosos ou não somos, responderemos que claro que somos vitoriosos.

Risos do CDS.

Portanto, o Sr. Deputado pertence a um partido derrotado e nós a um partido vitorioso. É simples.

Pergunta o Sr. Deputado se tudo isto se fez à custa do empobrecimento ou do enriquecimento das perspectivas do CDS e das perspectivas do PS. O que é que o CDS ganhou em termos programáticos, o que é que perdeu? Aí, em distinção flagrante com as teses do Sr. Deputado Jorge Leite, o Sr. Deputado revela um pendor matemático assinalável e pergunta-me - e nisso é muito mais realista ou materialista - quais são as percentagens quantificadas de avanços programáticos que o CDS conseguiu incluir ou deixou de incluir no Programa do Governo. Aí, o Sr. Deputado não vai querer que eu lhe diga quantas páginas do Programa foram escritas por Ministros do CDS ou tiveram leituras e correcção de Ministros do CDS, porque mesmo que me pedisse para lhe dizer eu não saberia responder-lhe, visto que o