O Sr. Ministro do Trabalho: - Sinto que, roeste momento, estou entre a espada e a parede: se uso apenas os dos minutos, não respondo a tudo ou respondia insuficientemente; e se abuso do tampo sou capaz de ser censurado por asso.

Vozes do PS e CDS: - Muito bem!

O Orador: - De qualquer forma, vamos ver se o cónego fazer, seguindo a ordem dias pessoas que me interpelaram.

Diria, para começar, que o Sr. Primeiro-Ministro tinha razão, contrariamente ao Sr. Engenheiro Veiga de Oliveira, porque, afinal, algumas das interpelações ao Governo, citando-se páginas do Programa do Governo que não são do capítulo do meu sector, que é referido a partir da página 184 e seguintes.

De qualquer forma, queria dizer o seguinte: não fiz críticas ao comportamento dos trabalhadores. Fiz críticas ao comportamento de alguns trabalhadores, em algum sítio» e empresas deste país, e que são verdadeiras.

Vozes do PS e CDS: - Muito bem!

O Orador: - Também não omiti críticas aos empresários. O problema é este: neste país há trabalhadores e empresários que ainda não acertaram as realidades democráticas das novas instituições

Aplausos do CDS e PS.

nas empresas foi um processo que foi originado, em alguns casos, devido ao abandono de algumas entidades patronais, mas, com pretexto nisso, também para fazer o esbulho de outras empresas.

Vozes do CDS: - Muito bem!

Uma voz do PCP: - Esbulho?

O Orador: - Sim, esbulho.

Como tal, não é ao Ministro do Trabalho que compete a desintervenção das empresas, mas sim aos Ministérios da tutela.

O Orador: - O Sr. Deputado, quando me cita algumas dessas empresas, está a fazer uma pergunta ao Ministro errado. Devia ter feito a pergunta, oportunamente, aos Ministros respectivos. A desintervenção, nos termos da lei, é para ser feita, porque a intervenção não é uma forma escamoteada de nacionalização.

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, terminou o tempo concedido ao Governo.

A Câmara autoriza que o Sr. Ministro do Trabalho utilize mais alguns minutos para a sua resposta?

Pausa.

Visto não haver oposição, queira continuar, Sr. Ministro.

O Orador: - Quando se fala em tomar medidas...

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro, desculpe interrompê-lo novamente, mas o Sr. Deputado Veiga de Oliveira está a pedir a palavra, certamente para interpelar a Mesa.

Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - O Sr. Ministro já utilizou um minuto e dez segundos a mais do tempo a que dispunha

O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Que falta de fair play...

O Sr. Presidente: - Isso é pelo relógio do Sr. Deputado. Num relógio pluralista não é essa a hora.

Aplausos do PS, CDS e de alguns deputados do PSD.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - O meu relógio talvez não seja pluralista, mas é um relógio diferencial Quartzo, que é bem mais preciso do que esse.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Viva, viva!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Afinal, os relógios estão certos!

Faca favor de continuar as suas respostas, Sr. Ministro do Trabalho.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Mas uma parte cabe ao Ministério do Trabalho.

O Sr. Ministro do Trabalho: - Muito obrigado, Sr. Presidente.