O Orador: - É uma declaração surpreendente, que demonstra a confusão com que o PSD analisa estes
problemas.
Em segundo lugar, e segunda afirmação surpreendente, disse o Sr. Deputado Sérvulo Correia -penso que não se trata de má fé da minha parte, transcrever o que ele disse ...
Vozes do PSD: - É má fé, sim senhor!
O Orador: - «... - não é verdade que quiséssemos ter sido oposição desde o início.» É este o proposto louvável que presidiu à declaração de intenções de «ter caras nossas», do PSD, no Governo. Verifico, agora, que é bem contra vontade, bem contra vontade, que o PSD, talvez por ser um partido de vocação governamental por excelência, se encontra na oposição e que, quando fala e elogia o papel da oposição, afinal, não pensa que está a desempenhar um papel tão necessário como aquele que na realidade é.
A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - É para admirar.
O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Dá-me licença, Sr. Presidente?
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Sérvulo Correia pede a palavra para que efeito?
disseram-nos: não, se vocês querem fazer a plataforma preferencial connosco, vocês terão de, pelo menos, aceitar aqueles pontos que o CDS já aceitou.
Isto, evidentemente, pressupunha uma insinuação.
Agora se podaria concluir que, se nós fôssemos no leilão e, pelo menos, aceitássemos aquilo que o CDS já tinha aceite, os senhores talvez tivessem um acordo connosco e não com o CDS. Portanto, eu nunca disse que os senhores estavam dispostos a fazer acordos simultaneamente com o PSD e o CDS. Não, Sr. Deputado, isso nunca esteve em causa.
O Sr. Jaime Gama (PS): - O Sr. Deputado dá-me licença que o interrompa?
O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Jaime Gama (PS): - O Sr. Deputado pensa que é útil para este debate que se continue com esta política? O Sr. Deputado pensa que um partido deve viver a remoer o seu passado, ou que, pelo contrário, mesmo contra vontade, na oposição, não lhe assiste o dever de ser, talvez contra vontade, um partido voltado para o futuro?
Aplausos do PS.
Risos do PS.
.. procure induzir em erro a opinião pública e apresentar-nos com a imagem de quem tem tido uma actuação que não foi a nossa. Quanto a isso, não contem que nos calemos ou que vamos transigir.
Aplausos do PSD.
Mas, quanto ao resto, esteja o Sr. Deputado descansado que nós somos efectivamente um partido virado para o futuro. O Sr. Deputado ouviu-me ontem e verificou que nós somos um partido que, neste momento, pensa em preparar tudo para ganhar as próximas eleições.
Aplausos do PSD Risos do PS.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Luís Nunes pede a palavra para que efeito?
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: permitiu-se o Sr. Deputado Magalhães Mota fazer aqui uma série de afirmações acerca do meu camarada Manuel Alegre. Se alguém se permitir dizer nesta Câmara que eu não tenho tempo para me referir a essas afirmações, essa falta de tempo cairá sobre o carácter de quem fizer essa afirmação.
Protestos do PSD
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes, o seu partido tenha já mais de um quarto de hora sobre o tempo que lhe foi atribuído. Eu suponho que, quanto a direito de defesa, o Sr. Deputado Manuel Alegre já se defendeu.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Não chega, Sr. Presidente.
Protestos do PSD
O Sr. Presidente: - Suponho que o Sr. Deputado José Luís Nunes pretende inventar uma figura regimental que não conheço, que é a defesa por procuração.
Risos do PSD.