Aliás, o papel da maioria é dar esclarecimentos à minoria, não é pedir-lhos.

Aplausos do CDS e PS.

O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Estamos prontos a recebê-los»

O Orador: - O Sr. Deputado Pedro Roseta considerou incorrecto o fio que o CDS adoptou neste debate do Programa do Governo pela circunstância de, por um lado, apenas ter feito quatro intervenções de fundo antes do encerramento do debate e, por outro lado, porque nos dedicámos mais ao tratamento de questões de política geral ido que a questões de política sectorial.

Bem prega frei Tomás. O Sr. Deputado, que é especialista em questões de educação, passou sobre elas como gato por brasas, dedicando quase toda a sua intervenção a questões de política geral e não de política sectorial, nem sequer do Programa do Governo. Ficamos, assim, esclarecidos sobre o que o Sr. Deputado pensa que é a discussão do Programa do Governo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado, tomando as dores do CDS, também considera que estamos com ardores de neófitos e que não nos apercebemos, como neófitos que somos - e é natural -, da subalternidade horrorosa em que o PS nos colocou neste acordo que com ele firmámos. Esteja o Sr. Deputado descansado, não temos consciência da subalternidade, até porque não é a quantidade que faz a qualidade...

...também porque estamos convencidos de que o problema não é de saber se o CDS tem ou não um estatuto de subalternidade em relação ao PS. Trata-se acenas de reconhecer a verdade elementar que a geometria eleitoral deu ao nosso país, e que é a circunstância de o CDS ser o terceiro partido nacional e o PS o primeiro partido nacional ser subalterno, porque o povo assim o quis, não é desonra para ninguém, e temos muita honra nisso.

Aplausos do CDS e PS.

como é que haviam de votar porque tinham de perguntar às sedes dos partidos como é que haviam de o fazer.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Isso assam é que não ajudava o País a resolver os problemas, nem estava de acordo com a realidade.

Aplausos do PS e CDS.

Quero também escurecer o Sr. Deputado que não foi devido ao Programa do I Governo Constitucional que o CDS fez críticas a esse Governo. Aliás, em matéria de Programa do I Governo Constitucional, devo dizer-lhe que o PSD foi de uma simpatia e de uma generosidade...

Vozes do PSD: - Olhe que não!

O Orador: - ...em relação a esse mesmo Programa, excluindo o capítulo dedicado à segurança social, sobre o qual, na altura, o Sr. Deputado Sérvulo Correia fez uma intervenção mais vigorosa, e alguns aspectos da política económica, em que o Sr. Deputado Sousa Franco também fez uma intervenção de certo cuidado, quanto aos restantes capítulos houve muitas palavras de aplauso do PSD.

Vozes do PSD: - Olhe que não!

O Orador: - Consulte-se o Diário.

Houve muitas vezes a repetição da situação em que PS e PSD aplaudiam em coro os Ministros - e o PSD nessa altura nem sequer tinha um acordo com o PS, era apenas candidato a esse acordo.

O CDS não apresentou, efectivamente, a propósito do Programa do I Governo Constitucional, uma moção propondo a sua rejeição pela circunstância de termos dito claramente que o Programa tinha grandes traços positivos e que não era aí que encontrávamos o motivo principal das nossas queixas. O grande motivo de crítica ao I Governo Constitucional foi, isso sim, o facto de ele ser minoritário e não corresponder à nossa interpretação daquilo que devia ser o Governo Português na situação de crise que nessa altura já se vivia.

De modo que é errado que o Sr. Deputado diga que nós tecemos críticas tão duras em relação, ao Programa do I Governo Constitucional e que somos agora benignos em relação a um programa que, na sua interpretação, não é mais do que um prolongamento daquele.

Quanto ao compromisso que o Sr. Deputado deseja estabelecer acerca dos programas do PS e do CDS, que teriam resultado numa síntese social-democrata, em termos desse Programa, é evidente que eu desejo e sclarecê-lo que não pretendemos que o Programa do II Governo Constitucional seja um Programa social-