mentar. Trata-se de um curto, mas, quanto a nós, necessário protesto.

Em primeiro lugar, quero dizer que o Grupo Parlamentar do PCP não tem nenhumas razões para receber lições de fidelidade a princípios, lições de solidariedade, lições de combatividade, de justiça e de defesa aos direitos dos povos, sobretudo do nosso, e muito metros lições vindas dessas bandas.

Aplausos do PCP e protestos do CDS.

Aplausos do PCP.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Sr. Presidente, desejo fazer um contraprotesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nós em política julgamos pela prática de cada um.

Vozes do PCP: - De cinquenta anos!

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Presente e passada, Sr. Deputado!

O Orador: - Nós não temos qualquer responsabilidade nas interpretações, que o PCP entende dar àquilo que nós consideramos, tal como a comunidade democrática internacional violações autênticas dos direitos do homem perpetradas em países do Leste europeu.

Vozes do CDS: -Muito bem!

O Sr. Jorge Leite (PCP): - É o apartheid que está em causa, Sr. Deputado!

O Orador: - Não fomos nós que votámos contra uma proposta recentemente apresentada nesta Assembleia, relacionada com a condenação de acontecimentos dente ripo praticados na Checoslováquia. É o PCP que assume as responsabilidades dos seus actos, e se o PCP entende que deve manter-se nessa linha não se pode chocar nem pode ignorar que os seus actos têm naturalmente a sua consequência. Dá-se até a circunstância curiosa de nessa matéria o PCP ter teses diferentes de outros partidos que se reclamam igualmente do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário, para usar a expressão consagrada de uma forma bem clara na conferencia dos partidos comunistas e operários de Berlim-Leste. Dado que a posição do PCP nem sequer é compartilhada pelos outros partidos comunistas do Ocidente europeu...

Protestos do PCP.

... a sua posição é ainda mais clara e as suas responsabilidades são, portanto, mais inequívocas. Não me surpreende que m seja quando o secretário-geral do PCP sublinha como modelo o socialismo soviético e quando elogia a gloriosa União Soviética.

Aplausos do CDS e protestos do PCP.

O Orador: - Não pretendo dar qualquer lição de estilo político ao Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

O Sr. Manuel Gusmão (PCP): - Era melhor!

O Orador: - Nisso ele é muito melhor do que eu. Mas gostaria no entanto de recordar uma regra elementar...

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Para os colegas, talvez!

O Orador: - ...do debate paramentar, que consiste em não enfiar a carapuça quando a carapuça não foi

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Leu o Sr. Deputado Veiga de Oliveira na declaração de voto do meu colega Rui Pena uma tirada anticomunista, quando não houve uma única referência em toda a sua declaração de voto, nem ao marxismo nem ao comunismo nem ao marxismo-leninismo, e poderia ter havido.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Que inocente!

O Orador: - Nós sabemos que há em África quem considere que a presença cubana em Angola represento um facto que atenta contra a consciência dos povos.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Há povos que se reclamam do marxismo-leninismo e que consideram, justamente, que o que se passa em Angola e o que se passou no Zaire representa uma prática mercenária...

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - O senhor lá sabe do que está a falar!

O Orador: ... - a soldo da União Soviética - tal é o ponto de vasta da República Popular da China...

Aplausos do CDS e protestos do PCP.

O Orador: - ... que se reclama igualmente do internacionalismo proletário e do marxismo-leninismo.

O Sr. Deputado Veiga de Oliveira, se me permite o conselho, teria feito melhor em não ter proferido protesto algum, porque o seu projecto foi mais uma vez a confirmação das contradições do seu próprio partido...

Uma voz do CDS: - Muito bem!