valem, mas quando assim não é não vale a pena pôr na boca dos outros aquilo que eles não querem dizer. Nós não queremos dizer "controlar", queremos dizer "coordenar", e ficamos satisfeitos se o PCP entende que é necessário um órgão que coopere na coordenação dos conselhos de informação. 0 nosso projecto de lei n.º 23/I já antevia essa necessidade, que na altura foi rejeitada.

Um outro ponto é quanto à participação dos trabalhadores. Fiquei encantado por me ter dado a palavra numa altura em que não a pedi, depois pedi-a, mas o meu amigo não ma deu.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Desculpe, que não reparei.

onfusões neste ponto. Nós respeitamos a Constituição, levamos a Constituição à prática, para usar unia expressão querida dos marxistas, mas não alinhamos nessas confusões.

Há um outro ponto, que é importante, que é o de se pretender avolumar a presença dos trabalhadores através dos gráficos e de outras profissões ligadas à comunicação social. Repare, Sr. Deputado, a informação no nosso pais conheceu e atravessou já várias fases. Até ao 25 de Abril tínhamos uma informação controlada pela censura ...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Já conheço essa argumentação!

O Orador: - ... e neste momento estamos a assistir a um reavivar, mesclado da satisfação, dos interesses do PS e do CDS e, em parte, do PCP, sempre que possível ...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Não brinque comigo!

O Sr. Carlos Lage (PS): - 15to é uma provocação!

O Orador: - ... para voltarmos a uma dessas anteriores fases. Ora, sendo assim, não se preocupe, Sr. Deputado, com a presença dos outros trabalhadores, porque os outros trabalhadores, através das suas próprias estruturas, certamente que são ouvidos, e se não forem ouvidos, cá está a Assembleia da República, e não o Conselho de Imprensa, para, como quando se tratou do caso da função pública, por exemplo, democraticamente fiscalizar o Governo e chamar a sua atenção para esse aspecto.

Finalmente, gostava de dizer ao Sr. Deputado Jorge Lemos, já que a lei é geral, que reservo para outra intervenção uma clarificação da defesa do projecto de lei do PSD, pois creio que não é este o momento oportuno de o fazer - seria um abuso ao Regimento fazê-lo agora.

O Sr. Soares Louro (PS): - Dá-me a palavra, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Soares Louro pede a palavra para que efeito?

O Sr. Soares Louro (PS): - Sr. Presidente, era para dar um brevíssimo esclarecimento à Câmara.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Soares Louro (PS): - O Sr. Deputado Nandim de Carvalho, astuciosamente, quis tornar público nesta Câmara que o PS tinha expulso da composição do Conselho de Imprensa as forças armadas - usou a expressão "o MFA". Nós queremos dizer que o fizemos apenas em obediência à Constituição, segundo um projecto político e numa situação política completamente diversa daquela que havia em 1975, quando foi promulgada a Lei de Imprensa n.º 85-C/75, que criou o Conselho de Imprensa. Não nos atemorizam atitudes desta natureza. Respeitamos as forças armadas, compreendemos a sua existência, sabemos que lhes devemos a liberdade e a democracia em Portugal, mas reservamos para elas o lugar que a Constituição lhes destina. As forças armadas têm a sua sede própria no quadro político português, que é o Conselho da Revolução, e tão-só.

Aplausos do PS.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Dá-me a palavra, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, era apenas para dar dois curtos esclarecimentos à Câmara, decorrentes da intervenção do Sr. Deputado Nandim de Carvalho.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Em primeiro lugar, o Partido Comunista Português tem a dizer que sentiu uma extrema mágoa por não ter sido possível, apesar de todos os seus esforços nesse sentido, ver presente, aquando da discussão destes dois diplomas, na comissão algum representante do PSD. Nessa altura teria sido possível aclarar, através da discussão na comissão, alguns dos pontos que, pelos vistos, o PSD pretendia ver aclarados.